BB Investimenos vê 3º tri das varejistas dentro do esperado; Centauro foi destaque
O Banco do Brasil Investimentos destaca que os resultados das varejistas brasileiras no terceiro trimestre vieram em linha com o que já havia sido registrado no primeiro semestre, com destaque ficando para a Centauro (CNTO3), que conseguiu aumentar as vendas combinadas com maior margem Ebitda ajustada.
A equipe do banco destaca que do lado da receita, o crescimento ficou dentro do esperado e foi impulsionado principalmente pelo fortalecimento das operações de comércio eletrônico e omnichannel, expansão da rede de lojas físicas e estratégia de preços mais agressiva.
Em relação ao previsto pela instituição, o destaque foi o Magazine Luiza (MGLU3), que apresentou crescimento de receita 8,3% superior ao esperado.
O crescimento da receita, no entanto, não refletiu em uma maior alavancagem operacional. A margem Ebitda ajustada ficou na maioria das empresas abaixo da margem observada no mesmo período do ano passado.
Excluindo Restoque e Via Varejo (VVAR3), cuja queda de receita foi o principal fator de agravamento de margens, a queda de margens deveu-se principalmente a maiores investimentos em TI, logística e marketing e à intensificação de ações promocionais. Considerando o esperado pelo BB-BI, em relação às margens Ebitda, nenhuma empresa superou as expectativas.
Confira a avaliação por empresas do universo de cobertura do BB-BI
B2W Digital (BTOW3): Os resultados do B2W no 3T19 foram positivos tanto na comparação anual quanto em relação às nossas estimativas. A maior participação do mercado no GMV total (de 52,2% no 3T18 para 61,1% no 3T19) levou a uma margem bruta mais alta (+3,5 p.p. a/a) e, em menor grau, a um Ebitda e margens líquidas ajustados melhores.
Em relação às estimativas, a boa surpresa veio das pressões do aniversário da marca abaixo do esperado anteriormente.
Centauro: “Apresentou resultados positivos na comparação anual. A estratégia da empresa de focar na onicanalidade e na expansão das lojas do G5 provou ser consistente.
Como resultado, a receita líquida aumentou 9,9% a/a (-1,7% esperado), acompanhada por uma melhor margem bruta (+1,1 pp a a e -1,2 pp esperado) e margem Ebitda Ajustada (+2,8 pp a/a e 0,3 pp esperado), praticamente alinhado com o BB-BI”
GPA (PCAR4): “Os resultados no 3T19 foram neutros, como já esperado. Enquanto a Multivarejo permanece pressionada e aguarda as iniciativas em andamento para beneficiar os resultados da divisão, o Assaí continua apresentando forte crescimento de vendas e melhoria de margens devido ao amadurecimento das lojas abertas nos últimos anos.
Em suma, a evolução da receita observada na comparação anual, bem como o aumento da margem EBITDA ajustada consolidada, vieram principalmente da divisão Assaí”.
Hypera (HYPE3): “Quanto às estimativas para os resultados do 3T19 da Hypera, a expectativa era: (i) a normalização do crescimento da receita líquida, após os ajustes ocorridos no 1S19 e (ii) uma queda nas margens brutas e ajustadas do EBITDA devido às pressões mais altas do mix de produtos e do câmbio.
Em relação à receita líquida, os números atingiram o BB-BIe (-0,9% esperado) e aumentaram + 6,4% a/a. Margens, por sua vez, um pouco decepcionadas. A margem Ebitda ajustada foi de 0,9 p.p. menor que a esperada e 4,7 p.p. abaixo na comparação anual. No geral, os resultados do Hypera no 3T19 foram confusos.”
Lojas Americanas (LAME4): “A perspectiva para os resultados da Lojas Americana para o 3T19 foi favorável, com crescimento esperado de receita e manutenção de margens na comparação anual.
A empresa não decepcionou. Destaque positivo (i) a capacidade da Lojas Americana de proporcionar um crescimento de 7,2% a/a na receita líquida, impulsionada por uma base comparativa mais fraca e iniciativas contínuas para melhorar a assertividade e variedade de produtos e o controle rígido das despesas de vendas, gerais e administrativas que resultando em estabilidade da margem”.
Lojas Renner (LREN3): “As expectativas positivas em relação aos resultados do 3T19 da Lojas Renner foram confirmadas. A empresa apresentou números alinhados com as estimativas, exceto o SSS que ficou ligeiramente abaixo das expectativas (8,3% contra o BB-BIe de 10%) e uma margem líquida mais baixa devido a uma taxa de imposto acima do esperado.
Destaque para a capacidade da empresa de manter plana sua margem EBITDA ajustada (+0,2 pp.p / a), apesar do aumento nas despesas relacionadas a melhorias logísticas e de TI”.
Magazine Luiza: “Outro trimestre em que o Magazine Luiza se destacou por sua capacidade de aumentar o GMV em todos os seus canais de vendas, mantendo margens saudáveis. Tanto em termos de comparação e expectativas anuais, a empresa surpreendeu positivamente.
Ressalte-se ainda que a queda na margem EBITDA ajustada e na margem líquida (-1,5 pp a/a e -0,5 pp a/a, respectivamente) já era esperada devido aos investimentos em andamento na experiência do cliente, bem como à aquisição de Netshoes”.
Natura (NATU3): “Os resultados do 3T19 foram positivos. Apesar do crescimento da receita em todas as suas divisões, destaque para o desempenho da Natura Latam neste trimestre, com um aumento de 28,8% na receita em moeda constante, impulsionado pelo maior volume de vendas, expansão da base de consultores e ganho de produtividade.
Observa-se, no entanto, que a margem Ebitda Ajustada consolidada caiu ligeiramente na comparação anual (-1,3 pp) devido a (i) maiores despesas relacionadas a marketing e digitalização na divisão Natura Brasil e (ii) à situação política de Hong Kong”.
Raia Drogasil (RADL3): “A adoção de uma estratégia de precificação com desconto realizada há um ano vem dando frutos, com receita líquida e vendas em lojas maduras apresentando um aumento positivo.
O crescimento das vendas favoreceu a diluição das despesas e foi mais do que suficiente para compensar a queda na margem bruta resultante da nova estratégia de preços. Além disso, a margem líquida no trimestre superou nossas expectativas devido a uma ocorrência pontual relacionada à combinação de negócios com a Onofre”.
Restoque: “Embora já se esperassem resultados fracos devido ao processo de recuperação da empresa, nossas estimativas consideraram que os números apresentariam uma piora menos intensa que a observada no 1S19.
Infelizmente, isso não aconteceu. A receita líquida caiu 32,5% a/a e a desalavancagem operacional afetou as margens. Nesse sentido, a margem Ebitda ajustada atingiu -10,3% (-31,5 p.p. a a/a e -20,2 p.p. a/e) e a margem líquida -24,6% (27,1 p.p. a/a e -14,8 p.p. a/e).
Via Varejo: “Na comparação anual, os resultados da Via Varejo foram negativos, apresentando uma queda de 4,3% a/a na receita e 3,4 p.p. a/a na margem Ebitda ajustada. Também enfrentou eventos pontuais no valor de R$ 499 milhões que afetaram fortemente a margem líquida (-2,8 p.p. a/a). Observamos, no entanto, que já foi possível ver melhorias no lado operacional.
A empresa está aprimorando gradualmente o que já pode ser considerado seus pontos fortes (relacionamento com grandes fornecedores, marca, mais de mil lojas em todo o Brasil e a linha de crédito para os consumidores), além de abordar seus pontos fracos (melhor marketing direcionado, estoque, idade da loja física) e a plataforma online)”.