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BB deve sofrer maior impacto da recuperação judicial da Odebrecht, avalia banco de investimentos

28 jun 2019, 17:09 - atualizado em 28 jun 2019, 17:09
Desse total, R$ 51 bilhões referem-se ao processo de recuperação judicial, R$ 14,5 bilhões à extra-insolvência, ou seja, com garantias, e R $ 33 bilhões à dívida intercompanhia

Por Arena do Pavini

O grupo Odebrecht entrou com pedido de proteção judicial contra seus credores na semana passada. A dívida total, incluindo entre as subsidiárias, chega a R$ 98,5 bilhões na maior recuperação judicial já realizada no Brasil, superando os R$ 64 bilhões em renegociações da Oi.

Desse total, R$ 51 bilhões referem-se ao processo de recuperação judicial, R$ 14,5 bilhões à extra-insolvência, ou seja, com garantias, e R $ 33 bilhões à dívida intercompanhias. A Odebrecht tem R $ 18,1 bilhões em dívidas quirografárias com bancos, dos quais R $ 7,0 bilhões com o BNDES, R $ 4,75 bilhões com o Banco do Brasil e R $ 4,1 bilhões com a Caixa.

Outros R $ 14,5 bilhões possuem garantias reais: R $ 4,37 bilhões com o Bradesco, R $ 3,1 bilhões com o BB, R $ 3,0 bilhões com o BNDES e R$ 3,5 bilhões com o Itaú Unibanco. Os detentores de títulos internacionais e credores peruanos, especialmente as seguradoras de crédito, estão envolvidos no processo de recuperação judicial.

O Banco Brasil Plural, dono da Genial Investimentos, fez uma análise do impacto da recuperação judicial nos principais bancos.

Banco do Brasil – O banco está exposto à Atvos, empresa de agroindústria da Odebrecht, à construtora Odebrecht e à Braskem: R$ 1 bilhão está relacionado à Braskem, R$ 3,8 bilhões à Atvos e R$ 7,8 bilhões da Odebrecht.

O Brasil Plural espera que a inadimplência nas carteiras do BB e as provisões cresçam neste trimestre em função da exposição da Atvos, com o impacto potencial da Odebrecht chegando aos números do balanço do banco no terceiro trimestre.

Bradesco – A exposição da Odebrecht no banco é de R$ 4,4 bilhões, dos quais grande parte possui garantias. O Brasil Plural não espera impacto significativo da Odebrecht no provisionamento do Bradesco, pois o banco já havia reduzido sua classificação de crédito para E, exigindo 30% de provisões. A exposição do Bradesco à Atvos totaliza R $ 250 milhões, o que acreditamos já estar provisionado.

• Santander – O Brasil Plural estima que o Santander tenha exposição de apenas R$ 913 milhões (apenas 0,3% dos empréstimos brutos). Acredita também que a exposição já deve ter sido parcialmente provisionada e garantida com as ações da Braskem.

Itaú – A estimativa é que o banco tenha uma exposição de R$ 3,98 bilhões (0,7% do crédito bruto), portanto, já foi parcialmente provisionada e garantida com ações da Braskem.