BB destaca desempenho de frigoríficos e recomenda as melhores ações do agronegócio para fevereiro; potencial de alta chega a 63%
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As ações dos frigoríficos continuam se sobressaindo na bolsa brasileira. De acordo com o BB Investimentos, o grande destaque do mês de janeiro ficou por conta das companhias expostas à proteína de aves e carne suína: BRF (BRFS3), JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3).
A expectativa do BB para o ano de 2025 é de um volume de exportação de carnes robusto. No caso da proteína bovina, a redução da produção pela virada do ciclo pecuário deve manter os preços sob pressão, favorecendo o consumo interno de proteína de aves e suína.
O banco vê a BRF com potencial de valorização de 63,7%, o maior do setor dentre as ações recomendadas. A Marfrig é a segunda da lista, com potencial de subir 58,4% e a JBS fecha o pódio dos frigoríficos com potencial alta de 42,6%. O BB recomenda compra das três.
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A JBS liderou as altas de janeiro no setor, subindo 6,6%, seguida pela BRF (5,1%) e pela Marfrig (4,9%). O destaque negativo ficou para a Minerva Foods (BEEF3), que não é beneficiada pelo bom momento do frango e sofre com a alta alavancagem.
O relatório do BB ainda comenta o desempenho de outros papéis ligados ao agronegócio, como os segmentos de alimentos e bebidas. Além dos frigoríficos, o banco também incluiu Ambev (ABEV3) e SLC Agrícola (SLCE3) entre as melhores escolhas para o setor.
Como foi o início do ano no agronegócio?
Grãos
De acordo com os analistas, a redução da relação de estoque e uso mundial projetada para o mês de janeiro pelo USDA permitiu que a soja finalizasse o mês com uma alta de 4,4% na cotação do bushel em dólar. Contudo, a chegada do período de colheita da safra brasileira fez com que a saca do grão fechasse o mês cotada a R$ 129 (-7,5% m/m).
A respeito da colheita, o banco destaca o atraso neste início de ano. Segundo o último boletim da Conab, no início de fevereiro, apenas 8% da área semeada já foi colhida, número bem abaixo dos 14% registrados no mesmo período da safra anterior.
Em relação ao milho, a relação de estoque e uso mundial segue pressionada, com os estoques iniciais para a safra 24/25 tendo uma redução expressiva na Argentina e Ucrânia.
No Brasil, a Conab estima produção de 122 milhões de toneladas na safra 24/25, o que representa crescimento de 5,5% ante a safra anterior. Segundo o BB, o aumento decorre do aumento da produtividade no plantio.
Os preços seguiram positivos, com as cotações em dólar registrando alta pelo terceiro mês consecutivo. No cenário doméstico, o prêmio cobrado no Porto de Paranaguá fechou o mês com alta de 10,5% em relação a dezembro. A preocupação dos analistas é com a comercialização da safra 2024/25 no Mato Grosso, que ainda não decolou e está bem abaixo da média para o período.
Outro ponto que tem chamado a atenção do setor é a alta observada nos preços dos fertilizantes na cotação em dólar, o que implicou em nova piora da relação de troca do mix de fertilizantes tanto no caso da soja, quanto do milho.
Carne bovina
Segundo o BB, o volume de abates de fêmeas segue em alta na comparação anual, enquanto a escala de abates segue abaixo da média histórica. As exportações de carne bovina tiveram uma oscilação, caindo 11% em relação a dezembro (m/m) e 0,8% ante o mesmo período do ano anterior (a/a).
As escalas de abate mais apertadas sustentaram a cotação do boi gordo em patamares mais elevados, com cotação média de R$ 325 por arroba, uma alta de 1,4% (m/m) e 30,2% (a/a). No mercado interno, os preços no atacado retraíram 3,8% (m/m), enquanto no varejo (IPCA) a carne bovina teve a 6ª alta consecutiva (0,36% m/m).
Carne de frango e suína
Os analistas reforçam que as exportações de carne de frango seguem aquecidas, impulsionando o aumento no volume de abates nos últimos 12 meses. No mercado interno, os preços elevados da carne bovina pressionam a demanda pelo frango, que também manteve preços firmes, o que beneficia diretamente JBS e BRF — controlada pela Marfrig.
Em relação à carne suína, a sazonalidade do mês de janeiro, com a ressaca das festas de fim de ano, reduziram naturalmente os volumes de exportação e o preço no mercado interno, se comparados a dezembro. Porém os preços subiram 30% no cenário doméstico e as exportações tiveram alta de 4,9% ante janeiro do ano anterior.
Bebidas
Para o segmento de bebidas, o BB alerta para uma queda de confiança do empresário e do consumidor, impactadas pela piora das expectativas para a economia. A renda real teve novo avanço na comparação anual, mas a produção de bebidas recuou.
Os dados de janeiro do Índice de Confiança do Empresário Industrial de mostraram recuo em 24 dos 29 setores considerados, com o setor de Bebidas vindo em 50,9, queda de 4,1 pontos (m/m). O Índice de Confiança do Consumidor caiu 5,1 pontos (m/m) com piora das expectativas futuras.
Em relação a produção, os últimos dados, referentes ao mês de dezembro de 2024, mostram que houve queda na comparação anual. A produção de bebidas alcoólicas recuou 3% (a/a), enquanto a de não alcoólicos caiu 2,7% (a/a).
Confira as recomendações do BB para o agronegócio
Empresa | Ticker | Preço-alvo (R$) | Potencial de alta (%) | Recomendação |
---|---|---|---|---|
Ambev | ABEV3 | R$ 16,00 | 46,70% | Compra |
Minerva | BEEF3 | R$ 10,00 | 129,90% | Neutra |
BRF | BRFS3 | R$ 33,00 | 63,70% | Compra |
JBS | JBSS3 | R$ 47,00 | 42,60% | Compra |
M. Dias Branco | MDIA3 | R$ 42,00 | 90,00% | Neutra |
Marfrig | MRFG3 | R$ 23,00 | 58,40% | Compra |
Ouro Fino | OFSA3 | R$ 21,00 | 15,40% | Neutra |
SLC Agrícola | SLCE3 | R$ 26,00 | 44,00% | Compra |
Boa Safra | SOJA3 | R$ 20,80 | 102,30% | Neutra |
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