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BB-BI espera resultados do 4º trimestre de neutros a negativos para siderúrgicas

05 fev 2019, 14:37 - atualizado em 05 fev 2019, 14:37
Apesar de aprovar a tese de investimento do Inter, os analistas acreditam que o risco/retorno é desequilibrado

Por Investing.com – O Banco do Brasil (BBAS3) Investimentos (BB-BI) divulgou nesta terça-feira um relatório com as prévias dos resultados trimestrais das siderúrgicas do quarto trimestre do ano. O destaque ficou para a Usiminas (USIM5) que será a primeira a divulgar seus números, no dia 15 de fevereiro. Para os analistas, o desempenho deve ser pior quando comparado ao trimestre anterior, devido não apenas à sazonalidade, mas também às vendas de ativos ocorridas no segundo semestre.

Acompanhe as carteiras recomendadas de fevereiro

Para a equipe do banco, deve ser observada pressões advindas dos atritos entre EUA e China, o que tem colocado um alerta na economia global e no crescimento chinês. Os preços das commodities, especialmente o minério de ferro, sentiram o impacto nos últimos dias do ano, caindo para US$ 66/t e fechando dezembro em US$ 69/t.

Em janeiro, o preço da commodity voltou aos patamares dos US$ 74/t com uma mais que bem-vinda trégua em cena. Mais recentemente, os contratos futuros de minério de ferro subiram em razão dos impactos da tragédia em Brumadinho (MG). Além disso, notícias sobre uma provável iniciativa da China visando a reduzir o superávit comercial com os EUA poderiam por um ponto final às discussões.

O BB-DI destaca ainda que 2019 começou com notícias ácidas vindas da Europa taxando produtos siderúrgicos brasileiros, tornando ainda mais difícil a vida das siderúrgicas.

Na China, a produção de aço somou 928 Mt no ano (até novembro), uma melhora de 7,3% comparada a 2017, ao passo que a produção mundial avançou 5%, totalizando 1.789 Mt, de acordo com a WSA. Os preços internacionais do aço caíram novamente no trimestre, em consequência do aumento das incertezas no exterior.

Já os preços de BQ nos EUA caíram 11% t/t em média, enquanto na China a queda foi de 12%. Já para sucata, vimos a manutenção da tendência de alta e, no trimestre, os preços médios subiram 2,3% colocando pressões adicionais nas margens.

No mercado doméstico, a produção de aço bruto somou 35 Mt no ano, um aumento de 1,1% a/a. Não obstante, os preços têm subido em razão da forte demanda no mercado interno, especialmente no setor automotivo.

Após um ano bem forte, dezembro veio mais fraco que o esperado, influenciando os resultados do trimestre, apesar dos dados positivos em outubro e novembro. A valorização do real fez crescer a ameaça das importações, já que os produtos ficam mais baratos relativamente.

Os analistas destacam que o passado foi um ano bastante positivo para o setor, refletindo a recuperação da economia doméstica, principalmente. Apesar dos desafios nos mercados internacionais, em razão da guerra comercial entre China e EUA, internamente, as empresas conseguiram anunciar e implementar aumentos de preços, bem como entregar maiores volumes na base anual. Na comparação com 2017, em geral, as empresas trouxeram melhor desempenho operacional com avanços em receitas e margens.

A equipe espera que o mesmo se repita em 2019. De acordo com o INDA, as vendas e compras de aço devem melhorar 10% comparadas a 2018. Boas notícias do cenário externo, no que tange o armistício entre as duas gigantes economias, devem também contribuir para um ano mais otimista.

Já para os três primeiros meses do ano, os analistas acreditam que devemos ver a implementação dos aumentos de preços anunciados em dezembro, especialmente no setor automotivo (as empresas anunciaram um aumento de mais de 20% para o ano).

Como o primeiro trimestre de 2018 foi bastante forte, as vendas no 1T19 devem vir em linha a/a. Os custos, por outro lado, devem se manter como o ponto negativo, já que é esperado que os preços de matérias-primas continuem em níveis elevados.

Usiminas

Na siderurgia, o trimestre teve fortes pressões de custos impactados por matérias-primas, principalmente minério de ferro e carvão, e menor diluição de custos fixos com a parada para manutenção em Ipatinga. Assim, o CPV/ton deverá vir cerca 7% maior quando comparado ao trimestre anterior.

Os volumes serão afetados pela sazonalidade e devem ficar entre 85 e 9% menor quando comparado ao 3T18. O BB-BI esperam que os preços venham estáveis t/t no mercado doméstico, embora, em razão de um câmbio mais fraco, vejamos redução para os preços internacionais.

Assim, com receitas menores e custos maiores, esperamos resultados piores na comparação trimestral, neste segmento, mas melhora na comparação anual. Já para o segmento de mineração, um preço médio maior de MF deve parcialmente compensar a queda em volumes vendidos no trimestre.

O custo caixa C1 deve ficar estável, assim como os prêmios de qualidade para os produtos da Usiminas. A Soluções Usiminas deve trazer resultados mais fracos com o desempenho pífio da indústria no período.

Como mencionado no “ITR” do 3T18, a empresa deverá reconhecer créditos a recuperar do ICMS na base de cálculo do PIS e COFINS., assim, contribuindo positivamente para o EBITDA do período (nosso EBITDA não incorpora os valores do não-recorrente).

Na visão geral, apesar de trazer um resultado trimestral negativo, com EBITDA 27% abaixo t/t, na comparação anual, a Usiminas deve apresentar melhoras de 14% em seus números do EBITDA, resultado de um melhor ambiente de negócios e maior eficiência operacional.

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