BB-BI eleva preços-alvo da Klabin e Suzano para R$ 27,5 e R$ 59, respectivamente
Por Investing.com – O Banco do Brasil (BBAS3) Investimentos (BB-BI) elevou os preços-alvo das ações da Klabin (KLBN11) e da Suzano (SUZB3) de R$ 26,00 para R$ 27,50 e de R$ 56,00 para R$ 59,00 (excluindo os números da Fibria (FIBR3)), respectivamente. A recomendação para ambos os ativos permanece Outperform.
A atualização consta em relatório enviado pelo banco na tarde de terça-feira, com a visão dos analistas para o setor no próximo ano. Para a equipe, as mudanças nos padrões de consumo têm afetado diversas indústrias e com segmento não seria diferente. Eles destacam que as restrições ao uso de fibras recicladas na China, juntamente com a urbanização da população rural na Ásia e Índia têm impulsionado a demanda por fibras virgens e papéis de fins sanitários (tissue).
“A limitação ao uso de plástico é uma nova frente a se explorar no que tange o uso de papel, abrindo espaço para uma nova era para o papel. Além disso, os fechamentos de capacidade ao redor do mundo têm acontecido e aproximadamente 910 kton deverão ser removidas da capacidade mundial entre 2018-2019” diz o comunicado, citando projeções do mercado.
O BB-BI vê ainda que os preços de papel em patamares elevados nos mercados internacionais, contribuindo para maiores margens para ambos os segmentos, de papel e celulose. Neste sentido, o banco acredita que as empresas brasileiras podem beneficiar-se destes drivers positivos no segmento, desempenhando acima de seus pares internacionais, devido às suas já conhecidas vantagens competitivas, tais quais: clima e disponibilidade de terras, os quais contribuem para maior nível de produtividade e menor custo caixa; menor idade técnica de seus ativos; e (aumento constante de investimentos em novas tecnologias, silvicultura e genética.
Celulose
A equipe aposta que a demanda por fibra curta ao redor do mundo deve continuar sua tendência de alta, amparada pela melhora do consumo em todas as principais regiões devido à entrada de novas máquinas de papel no mercado, especialmente de tissue; o fechamento de capacidades para o próximo ano que, juntamente com 2018, poderá remover ~910kton da indústria e; a restrição do uso de fibra reciclada na Ásia, o que poderá impulsionar o consumo de fibra virgem, beneficiando os produtores brasileiros.
A demanda mundial de papel deve somar 486 Mt em 2030, o que representaria um CAGR de 1,3% a.a. de 2016 a 2030, de acordo com a Poyry, principalmente estimulada por Ásia e Europa. Ainda de acordo com a Poyry, a demanda por tissue deverá apresentar um CAGR de 2,9% de 2016-2030. Assim, o consumo da fibra BEKP (eucalipto) poderia subir ~2,4% ao ano no mesmo período devido a sua alta competitividade a aplicabilidade.
Papel
Para os analistas, os números neste segmento estão melhorando, seguindo a recuperação da economia brasileira e a alta nos preços nos mercados internacionais, especialmente para o curto-prazo, onde ainda enxergam espaço para aumentos de margens.
“Os preços de kraftliner subiram este ano, refletindo as restrições na utilização de papel reciclado, uma tendência que deve continuar nos médio e longo prazos. Como mencionamos antes, a mudança nos padrões de consumo tem alterado a demanda para esta indústria, principalmente no mercado de embalagens”, informa o BB-BI em relatório.
A equipe do banco lembra que as regulamentações sobre a utilização de plásticos, juntamente com a ascensão do e-commerce, poderiam abrir novos mercados para produtos de papel. De acordo com a RISI, a demanda de kraftliner poderá crescer 1,2% por ano de 2017 a 2025, com a América Latina crescendo 2,9% no mesmo período. J
á para papel cartão, as expectativas são de 1,1% no período, com a China avançando 1,8% p.a. No segmento de caixas de papelão, as vendas devem fechar 2018 com crescimento de 2,3% no Brasil, em 3.581 kton, espelhando as melhoras na economia doméstica, especialmente nos segmentos de bebidas e alimentos.