Bayer tem baixa contábil de US$ 10 bilhões e sinaliza custo maior em acordos por Roundup
A alemã Bayer foi atingida por uma baixa contábil de 9,25 bilhões de euros (10,82 bilhões de dólares) devido a “impairments” em seu negócio agrícola, em grande parte devido a seu acordo pela Monsanto, sofrendo impactos também de maiores custos em ações relacionadas a seu herbicida Roundup.
A companhia disse que as baixas contábeis, associadas à menor demanda de produtores rurais devido aos baixos preços de biocombustíveis e a um aumento de cerca de 750 milhões de dólares nos custos com os termos de acordos em ações nos EUA contra o Roundup, o que resultou em uma perda antes de juros e impostos de 9,4 bilhões de euros no terceiro trimestre.
A Bayer foi alvo de litígios contra o Roundup, produzido com base em glifosato, como resultado de sua aquisição da Monsanto em 2018, por 63 bilhões de dólares, que tornou a empresa a maior fornecedora global de sementes e pesticidas.
“O impacto da pandemia (de coronavírus) está colocando uma tensão adicional sobre nossa Divisão de Ciência das Culturas. Nós também estamos enfrentando efeitos cambiais negativos”, disse o diretor financeiro Wolfgang Nickl.
Ele afirmou que uma forte depreciação do real no Brasil tem pesado fortemente sobre os negócios no segundo maior mercado agrícola do mundo.
A empresa disse que dois terços das baixas contábeis deveram-se aos efeitos de câmbio e taxas de juros.
A Bayer chegou a um acordo preliminar de 11 bilhões de dólares com os advogados de pessoas que entraram com ações nos EUA em junho, mas um juiz posteriormente questionou um acordo paralelo sobre casos futuros que ainda podem ser apresentados.
A Bayer estima que gastará 750 milhões de dólares a mais para endereçar essas preocupações, disse a empresa nesta terça-feira.
A Bayer disse que está “adiantada o suficiente nas negociações para saber que o novo plano custará aproximadamente 2 bilhões de dólares, um aumento em relação ao custo original de 1,25 bilhão de dólares”.
A baixa contábil mais que compensou os ganhos combinados registrados no trimestre com a venda pela Bayer de seu negócio de Saúde Animal para a Elanco e com o desinvestimento de uma fatia na Currenta.
Isso resultou em um prejuízo líquido de 2,7 bilhões de euros, em comparação com uma projeção média dos analistas de lucro líquido de 1 bilhão de euros.
A Bayer disse que 88.500 das 125.000 ações sobre glifosato foram contempladas a princípio por um acordo coletivo e que espera fazer um progresso considerável nos próximos meses.