FI-Infra

Bateu o sino: Fundo de infraestrutura estreia na B3 com foco em retorno médio de IPCA+ 10,33%

11 abr 2025, 12:06 - atualizado em 11 abr 2025, 12:06
Éxes - Exif11
A primeira emissão foi totalmente subscrita, com captação de R$ 100 milhões. (Imagem: Divulgação)

A gestora Exes Asset lançou o fundo de investimento de infraestrutura (FI-Infra) EXIF11 na bolsa de valores, a B3. Administrado pelo Banco Daycoval, o fundo tem com o objetivo democratizar o acesso a projetos de infraestrutura de longo prazo e com previsibilidade de receita.

A primeira emissão foi totalmente subscrita, com captação de R$ 100 milhões. Deste montante, R$ 40 milhões já foram integralizados, com alocação inicial em três ativos de geração distribuída de energia solar no estado do Mato Grosso.

O EXIF concede isenção fiscal para investidores pessoas físicas em instrumentos de infraestrutura e possui mandato agnóstico dentro do setor — ou seja, sem amarras a sub segmentos específicos —, o fundo busca oportunidades que ofereçam bom equilíbrio entre risco e retorno, com uma taxa média atual da carteira de IPCA+10,33% ao ano.

“Estamos originando operações próprias, com estruturações customizadas que melhoram o risco-retorno e garantias descorrelacionadas com os próprios projetos”, afirmou Artur Carneiro, sócio-fundador da Éxes em entrevista ao Money Times.

A gestão destaca a resiliência dos ativos de infraestrutura, com foco em receitas estáveis, contratos de longo prazo e menor correlação com ciclos econômicos e choques de mercado.

“Todo ano tem um argumento excelente para estar pessimista. Seja guerra, crise no agro, ou escândalos corporativos, como em 2023. O investidor precisa olhar para ativos que atravessam ciclos com previsibilidade, e infraestrutura é um desses segmentos”, completa o executivo.

Estrutura e taxas do fundo

O fundo possui as seguintes taxas:

  • Taxa de gestão: 0,92% ao ano

  • Taxa de administração: 0,05% ao ano

  • Taxa de custódia (máx.): 0,03% ao ano

  • Taxa de performance: 20% do que exceder IMA-B + 2%, com cobrança semestral (maio e novembro)

A meta de expansão é ambiciosa, segundo Carneiro. O fundo tem capacidade de absorver até R$ 700 milhões em operações já mapeadas, o que deve demandar futuras emissões de cotas e entrada de novos investidores institucionais e de varejo.

Portfólio inicial: geração solar com garantias robustas

Atualmente, o EXIF11 possui três operações de infraestrutura, todas no segmento de geração solar:

  1. Debênture Incentivada – R$ 27 milhões

    • 5 MWac, prazo de 13 anos

    • Retorno: IPCA + 10,60%

    • Cashsweep: 100%

    • Garantia: 555% do valor da dívida

    • Offtaker: Prime (Grupo Shell)

  2. CRA – R$ 11 milhões

    • 8,6 MWac, prazo de 13 anos

    • Retorno: IPCA + 9,70%

    • Cashsweep: 50%

    • Garantia: 300% do valor da dívida

    • Offtaker: FIT (Santander)

  3. CRI – R$ 900 mil

    • 6,4 MWac, prazo de 13 anos

    • Retorno: IPCA + 9,70%

    • Cashsweep: 50%

    • Garantia: 300% do valor da dívida

Esses ativos contam com pagamentos periódicos de juros e amortização, e foram estruturados com garantias externas descorrelacionadas aos próprios projetos, aumentando a segurança da carteira.

Visão de longo prazo e novas oportunidades

A tese do EXIF11 se ancora em ativos reais com capacidade de gerar fluxo de caixa previsível e inflação protegida. Segundo o gestor, a ideia é manter os ativos no portfólio, mas há abertura para eventuais vendas se surgirem janelas atrativas no mercado secundário.

“A gente acredita em manter os ativos, mas se algum investidor quiser pagar um prêmio, podemos realocar o capital em novas originações que já estão no nosso pipeline”, disse Carneiro. “Esse é um fundo para o longo prazo, mas com flexibilidade e olhar atento para arbitragem quando ela surgir”.

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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