Batalha dos navegadores: Brave e Opera competem por usuários de cripto
Criptoativos trazem novas funcionalidades para a internet. As equipes por trás dos navegadores Opera e Brave são as primeiras a implementar recursos favoráveis aos criptoativos diretamente no navegador.
Opera é um navegador gratuito lançado em 1995. Está disponível nas mais diversas plataformas e foi desenvolvido pela Opera Software, empresa de tecnologia norueguesa.
Opera é popular principalmente em mercados emergentes. 120 milhões de seus 350 milhões de usuários são do continente africano, onde a navegação por dispositivos móveis são o principal meio de acessar a internet.
Opera vai para cripto
Opera se tornou o primeiro navegador a acrescentar suporte nativo de criptomoedas, em julho de 2018.
Em uma postagem, Opera anunciou que seu navegador popular para Android agora teria uma carteira da Ethereum embutida que além de permitir que os usuários conseguissem enviar, receber e armazenar ether e tokens padrão ERC-20, também forneceria a possibilidade de interagir com as dapps (aplicações descentralizadas) da Ethereum.
A versão beta do navegador móvel favorável a cripto do Opera foi lançada dia após a notícia de que a Bitmain, principal empresa de mineração de bitcoins, comprou um controle acionário na empresa norueguesa.
A versão pública do Opera com a carteira de criptoativos para Android foi lançada em dezembro de 2019.
Em junho de 2019, Opera anunciou que seu navegador para Mac iOS, Opera Touch, também viria com uma carteira da Ethereum embutida.
No mês seguinte, a empresa anunciou que acrescentou suporte para bitcoin e tron ao seu navegador Android. Os usuários de Android agora podem armazenar, enviar e receber bitcoins, além de trons e tokens de trons no navegador Opera.
Opera versus Brave
Concorrente do Opera, Brave está se posicionando como o navegador que protege a privacidade do usuário.
Brave Software Inc., da Califórnia, lançou o navegador Brave em 2016 com um recurso de bloqueio de anúncios que aumenta a velocidade de carregamento de páginas. Brave consegue carregar sites duas vezes mais rápido que o Chrome e Firefox na versão desktop e ainda mais rápido na versão para celular.
A principal proposta do Brave é que seus servidores não armazenam dados dos usuários e afirma que nunca irá vender dados dos usuários a terceiros.
Brave tem um modelo de compartilhamento de receita baseada em criptoativos que permite aos usuários monetizar sua atenção por serem pagos para visualizar anúncios.
Em 2017, Brave realizou um ICO (oferta inicial de moeda) bem-sucedida, em que vendeu US$ 35 milhões de basic attention tokens (BAT) aos investidores.
Com o uso do token BAT, os usuários do Brave podem “dar gorjetas” a seus sites e criadores de conteúdo favoritos diretamente pelo navegador.
Brave pode automaticamente distribuir suas contribuições baseado no tempo gasto nos sites, ou os usuários podem pagar os sites diretamente. Mais de 10 mil sites se inscreveram.
Em 2018, Brave integrou Tor (para anonimidade) para acrescentar uma cada de privacidade e, este ano, lançou o Brave Ads, que permite aos usuários ganharem 70% em faturamento de anúncios na forma de tokens BAT.
Enquanto ainda não se sabe se o compartilhamento de anúncios e modelo de recompensas do Brave vai alcançar a grande massa de usuários e anunciantes necessária para se tornar um sucesso, o navegador de apenas três anos de vida já conseguiu acumular mais de oito milhões de usuários — muitos vindos da comunidade de criptoativos.
Além disso, a empresa cumpriu com sua promessa de ICO de lançar um navegador que permite aos usuários serem pagos por verem anúncios.
Brave também adicionou suporte para carteiras de criptoativos e o navegador Brave pode ser conectado às carteiras de hardware da Ledger e Trezor.
Opera está na frente
A sólida base de milhões de usuários do Opera faz parte de apenas 2,28% de todo o mercado de navegadores. Brave tem uma quantidade um pouco menor de usuários, mas está crescendo rápido, pois alcançou a marca de 8 milhões de usuários mensais.
Ambos os navegadores estão bem atrás da dominância do Chrome, que tem 64,92% de participação de mercado. Com a crescente adesão dos criptoativos e o aumento das tendências de privacidade, existe espaço para os dois navegadores acolherem usuários insatisfeitos do Chrome.