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Batalha contra lavagem de dinheiro na Europa vai além de bancos

23 dez 2019, 14:12 - atualizado em 23 dez 2019, 14:12
O perigo foi destacado no início deste ano por autoridades dos países nórdicos que estiveram no centro do escândalo envolvendo o banco dinamarquês Danske Bank (Imagem: Wikimedia Commons)

Uma nova frente se abre na batalha da Europa contra a lavagem de dinheiro.

Depois que escândalos envolvendo centenas de bilhões de euros abalaram alguns dos maiores bancos do continente, a região do Báltico – foco de um dos maiores casos de corrupção – iniciou uma nova investigação.

Desta vez, o alvo são prestadores de serviços de pagamento que, além de facilitar o comércio eletrônico, muitas vezes ajudam pessoas a enviar dinheiro ao redor do mundo a baixo custo. O risco é que criminosos aproveitem esses serviços para ocultar transações ilícitas enquanto o escrutínio é focado nos bancos tradicionais.

O perigo foi destacado no início deste ano por autoridades dos países nórdicos que estiveram no centro do escândalo envolvendo o banco dinamarquês Danske Bank, segundo o qual grande parte dos US$ 230 bilhões que fluíram através de sua pequena unidade na Estônia podem ter origem ilícita.

Grandes empresas globais também estão no radar, caso da londrina Revolut, que possui uma licença bancária europeia emitida pela Lituânia.

Mas são as autoridades policiais e reguladoras em Tallinn, Riga e Vilnius – um centro para empresas de tecnologia da informação – que tomaram as medidas mais drásticas.

A polícia da Estônia prendeu este mês três funcionários da GFC Good Finance Company, acusados de lavagem de dinheiro e peculato.

A GFC, que opera desde 2013 e controlava mais da metade do mercado de 183 milhões de euros (US$ 200 milhões) no primeiro trimestre deste ano, teve a licença suspensa em maio. As autoridades disseram que a GFC “violou seriamente” as regras, incluindo procedimentos de conhecimento do cliente.

Em abril, a AS Talveaed – que atendia clientes não residentes de alto risco desde 2011 – também perdeu a licença após “vários anos” violando obrigações legais.

“Podemos confirmar que, depois de lidar com esses casos, o risco nesse setor diminuiu significativamente”, afirmou em e-mail o responsável pelo regulador do setor de finanças na Estônia, Kilvar Kessler.

Na Lituânia, o banco central multou a MisterTango em 245 mil euros (US$ 270 mil) em outubro por violar as regras de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento antiterrorista – a terceira violação da empresa desde 2016.

O banco central também endureceu as regras contra lavagem de dinheiro e aumentou as exigências de capital para empresas de pagamento e dinheiro eletrônico.

‘Alta vulnerabilidade’

A Letônia está igualmente preocupada. O órgão de combate à lavagem de dinheiro do país considera que algumas empresas atendem a clientes estrangeiros considerados de alto risco devido a falhas na verificação de informações. Em uma avaliação de risco publicada este ano, as empresas que prestam serviços a clientes locais também poderiam ser expostas a esquemas de fraudes fiscais.

Os riscos “são aumentados pela alta vulnerabilidade do setor” em relação à gestão de sistemas de combate à lavagem de dinheiro, segundo o relatório.

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