Bastidores de Brasília: A mágoa de Guedes
Não foi nenhuma surpresa para o ministro da Economia, Paulo Guedes, que Bruno Funchal e Jeferson Bittencourt tenham deixado os cargos na secretaria especial do Tesouro e Orçamento.
Eles já haviam dado sinais de que poderiam sair. O que magoou o ministro, no entanto, foi a forma como ambos e seus adjuntos decidiram fazer isso.
Para Guedes, numa situação de pressão da ala política sobre a economia como a atual, o correto seria se recusar a redigir a proposta para mudar o teto e pedir exoneração ou redigir e esperar um pouco para sair.
Funchal e Bittencourt, no entanto, redigiram a proposta e saíram no meio do furacão. Isso contribuiu ainda mais para a imagem de isolamento do ministro.
Cavalo passarinheiro
Guedes foi lembrado nos últimos dias de que já sabia que Jair Bolsonaro era cavalo passarinheiro quando veio para o governo. Esse tipo se assusta facilmente com qualquer passarinho, tira o cavaleiro da estrada e o joga no meio do mato cheio de espinhos.
O silêncio de Lira
A equipe econômica chegou a correr para o presidente da Câmara, Arthur Lira, para pedir ajuda e achar uma saída para o Auxílio Brasil.
Na hora do desespero com a péssima reação do mercado à ideia de retirar parte do programa do teto de gastos, assessores da pasta chegaram a afirmar que o que Lira diz hoje vale mais do que as promessas de Guedes. Deu no que deu.
Porco-espinho
A equipe econômica prevê que a aprovação do processo de privatização da Eletrobras (ELET6) pelo Tribunal de Contas da União (TCU) não será fácil.
Os técnicos da corte já sinalizaram que farão um pente fino na operação que o governo quer realizar no primeiro trimestre de 2022. Segundo um técnico da Economia, a operação terá o aval do TCU, mas será o parto de um porco-espinho.