‘Basis’ entra no radar do açúcar na disputa com a soja nos portos, a depender da alta de custos logísticos
A partir de maio deverá haver uma disputa logística por lugar nos portos de Santos e Paranaguá, com aumento de custos. Os embarques de soja da soja entrarão no pico e os de açúcar ganham aceleração, com as duas boas safras.
Se espera, como sempre, aumento do frete rodoviário, e de despesas com armazenamento, embora o governo deverá controlar o preço do diesel. Porém, os exportadores podem ter a compensação do “basis” porto.
A depender da conjunção de demanda mais forte e atrasos nos carregamentos, o prêmio (diferença entre o físico e a cotação das bolsas) será fator importante a compensar o custo logístico, e até compensar a pressão de preços pela oferta que os mercados futuros deverão sentir.
Para o açúcar, especialidade da Archer Consulting, que faz esses esclarecimentos sobre os gargalos e a potencialidade de apreciação, o CEO Arnaldo Correa explica que o spread dos contratos de março (expira dia 28) e maio negociando a 155 pontos, ou US$ 34 a tonelada, seria um bom sinal.
“Um enorme estímulo – se houver disponibilidade de produto – de se entregar açúcar na bolsa na expiração do contrato com vencimento para março, com o intuito de recebê-lo de volta na expiração do vencimento maio”, diz, em artigo publicado nesta segunda (13).
Ainda pode contar o fator climático nesse período a frente, adiciona Correa.
Os negociantes levam o produto e “devolve em maio [os[ US$ 34/t”, atenuando as despesas com armazenagem, seguro e custos financeiros que pode ser superior a 2 meses diante da situação dos terminais portuários.
Se a usinas começarem a receber pedidos das tradings para entrega mais rápida do açúcar, é porque o cenário estará se concretizando nessa direção, acrescenta o consultor.
A colheita e processamento ‘oficial’ começam em abril, enquanto da soja já estão em andamento.