‘Bases do Airbnb estão quebradas’, diz CEO da empresa
Brian Chesky, cofundador e CEO do Airbnb (ABNB;ABNB34), teceu comentários impactantes sobre o modelo de negócio da companhia que gere.
Em entrevista à Bloomberg, Chesky avalia que a companhia líder em estadias de curto-prazo cresceu muito além do que seu desenho inicial e agora a “fundação está fundamentalmente comprometida”.
“Nós temos que colocar nossa casa em ordem”, disse o empresário ao veículo. Ainda usando metáforas do segmento imobiliário, o empresário avalia que “nós [o Airbnb] tínhamos uma casa construída sobre quatro pilares, quando precisávamos de dez”.
Depois do impulso dos anos da pandemia, quando as restrições sanitárias proporcionaram a possibilidade de se trabalhar remotamente de outras localidades, o Airbnb agora vê a “conta chegando” com a disparada no preço das estadias de curto-prazo.
O avanço dos preços neste segmento, que responde por até 80% de toda a receita gerada, desequilibrou o ecossistema de anfitriões e convidados da plataforma. Agora, o Airbnb se vê pressionado para atender demandas de ambas as pontas.
Do lado dos custos, a companhia tem priorizado retomar preços mais acessíveis para os clientes, diminuindo e dando maior transparência às taxas de limpeza. Outra funcionalidade lançada no mês passado busca identificar e reduzir anúncios falsos.
Para o empresário, buscar um volume maior de reservas dentro da plataforma implicará mais esforços no controle de qualidade das estadias, o que poderá ser obtido, inclusive, com a implementação de ferramentas de inteligência artificial para validação dos imóveis.
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Com aluguéis de curto-prazo na mira, Airbnb quer foco em “experiências”
Após ver um estoque de mais de 30 mil imóveis sendo vetado para uso em estadias de curto-prazo na cidade de Nova York, o CEO do Airbnb vê a empresa focando 100% no segmento de “experiências”.
Neste segmento, o Airbnb funciona como uma plataforma de serviços de turismo, como visitas guiadas, bar crawls e filmagens.
A fala de Chesky pode indicar o caminho a ser seguido pela empresa em diversas localidades onde o poder público tem agido para regular os aluguéis de curta-duração. A União Europeia, por exemplo, discute uma regulação sobre o serviço desde março, com abrangência em todos os países da zona do euro.
O avanço dos preços no mercado imobiliário de cidades turísticas se converteram em dor financeira para residentes locais, que se veem pressionados por um aumento no custo de vida.