Banrisul aposta em programa de units para atrair interessados em follow-on
A oferta subsequente de ações do Banrisul (BRSR6), lançada na semana passada, teve uma demanda abaixo da esperada. Com isso, antes da precificação, o banco estadual gaúcho anunciou na noite de domingo a intenção de criar um programa de units, a emissão de certificado de depósito de ações.
O principal objetivo dessa medida é fazer com que os papéis ordinários tenham maior liquidez, elevando assim o interesse do mercado pelo follow-on. As informações são da edição de terça-feira da Coluna do Broad, do jornal O Estado de S.Paulo.
De acordo com o jornal, o principal problema da tentativa do banco é que dificilmente os minoritários do banco estatal vão aceitar o modelo proposto, uma vez que o entendimento é que o governo gaúcho não tem o que oferecer em troca da mudança.
A publicação lembra que outras estatais tiveram um movimento parecido, com os minoritários exigindo uma mudança no Estatuto para dar maior segurança jurídica ao negócio. O problema é que a solução não se aplica ao caso do Banrisul.
Em fato relevante, o banco gaúcho explicou que o programa de units só será realizado caso a oferta de ações tenha sucesso e se o programa for aprovado em Assembleia Geral Extraordinária, que será convocada se a operação sair do papel.
Na semana passada, a Coluna do Broad já havia informado que o follow-on levantava dúvidas no mercado, uma vez que os investidores avaliam que a instituição deveria ser totalmente privatizada.
A publicação destacou que, no modelo anunciado, os recursos levantados com as vendas das ações seriam suficientes para cobrir somente despesas correntes do governo gaúcho. Pelo valor de mercado, o follow-on deve capturar mais de R$ 2 bilhões