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Bank of America vê atraso da colheita de soja como potencial de alta para o milho e reforça compra de ação

04 fev 2025, 13:10 - atualizado em 04 fev 2025, 13:10
Soja bank of america
(iStock.com/Oleg Marchak)

A colheita de soja em Mato Grosso (principal estado produtor do Brasil e que responde por 30% da produção estimada) está atrasada devido ao excesso de chuvas em janeiro, calcula o Bank of America (BofA), em relatório publicado nesta terça-feira (4). Até 31 de janeiro, 12% da área foi colhida contra 25% da média histórica.

Para o banco, isso pode levar a preços mais baixos para o agricultor, sendo um risco para o plantio da segunda safra de milho e algodão, que serão plantadas nas próximas semanas. Para o milho, as chuvas dos próximos meses são críticas para a produtividade.

“Os excessos de chuva deve afetar negativamente a qualidade da soja, potencialmente levando a algum desconto nos preços dos agricultores”.

Ao mesmo tempo, o banco destaca que os rendimentos de 60% da safra de soja no estado do Rio Grande do Sul foram afetados por uma seca recente.

“O RS responde por 12% da produção brasileira. Este cenário, combinado com menor oferta nos Estados Unidos, deve dar suporte aos preços do milho, que já subiram 10% em dólar em Chicago”, explicam os analistas.

Bank of America reforça compra para SLC Agrícola

Para o BofA, os preços dos grãos atingiram o fundo no terceiro trimestre de 2024 e os analistas veem riscos de alta devido aos desenvolvimentos recentes nas safras no Brasil e nos EUA. Fora isso, o real mais fraco começou a pressionar os custos da ração no Brasil.

Por conta disso, o banco espera que as margens do frango comecem a cair gradualmente após atingir o pico em 2024, favorecendo a JBS (JBSS3) (top pick, preço-alvo de R$ 50 e potencial de alta de 40,29%) em relação à BRF (BRFS3) (neutro, preço-alvo de R$ 29 e potencial de alta de 39,56%) devido à sua diversificação.



“Na SLC Agricola (SLCE3), reforçamos compra (preço-alvo de R$ 24 e potencial de alta de 36,13%) e vemos risco limitado para a mistura de safras e produtividade, dada a sólida execução e eficiência da empresa, que ainda sustentam forte crescimento dos lucros em 2025.

O plantio de algodão se aproxima do prazo e milho depende de chuvas

Os analistas reforçam que o plantio da segunda safra de algodão está atrasado devido ao atraso na colheita da soja no Mato Grosso. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), 53% da área 2024/25 foi semeada até 31 de janeiro.

Embora seja uma aceleração em relação aos 28% da semana anterior, ainda está bem abaixo dos 95% da última temporada e da média histórica de 72%.

“Acreditamos que esta seja uma semana crítica para o plantio de algodão, que historicamente atinge 80%-90% na primeira semana de fevereiro, e para a produtividade. O Brasil responde por 30% do comércio global de algodão”, pontuam.

Já o plantio de milho segunda safra também está atrasado, com a apenas 6,3% da área em Mato Grosso plantada até 31 de janeiro, contra 28,7% no ano passado e média de 22%. O plantio historicamente deve ser concluído até a primeira semana de março.

“O plantio do milho ‘safrinha’ atrasou em 2/3 das temporadas em que o plantio da soja foi adiado. No entanto, o risco de queda na produtividade depende das chuvas no final do primeiro trimestre, início do segundo trimestre, que devem estar em linha com a média histórica, a partir de agora”.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.