Perspectivas 2020

Bank of America reduz a 4,9% queda do PIB do Brasil em 2020, mas alerta para riscos

11 set 2020, 12:31 - atualizado em 11 set 2020, 16:55
Informalidade Pobreza Comércio Consumo Desemprego
A melhora da projeção para o PIB está em linha com a reabertura da economia em curso (Imagem: Reuters/Ricardo Moraes)

O Bank of America revisou para 4,9% sua projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020, de uma estimativa anterior de declínio de 5,7%, citando surpresas positivas com dados de produção industrial e vendas no varejo em julho.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, o banco ponderou que a melhora da perspectiva para a atividade vem, em parte, à custa de um quadro fiscal mais frágil –em meio a gastos elevados do governo com medidas de enfrentamento à pandemia— que impõe riscos à frente.

“O maior estímulo fiscal fortalece a retomada do crescimento no curto prazo, mas também aumenta os riscos fiscais e as dúvidas sobre a sustentabilidade de taxas mais altas de crescimento do PIB no médio prazo”, afirmou o BofA. “Os riscos incluem uma desancoragem nas expectativas de inflação que leve a taxas de juros mais altas, apesar do baixo crescimento.”

A melhora da projeção para o PIB está em linha com a reabertura da economia em curso, afirmou o BofA, destacando que o dado de crescimento de 5,5% das vendas no varejo em julho na comparação anual surpreendeu “significativamente”.

“A tendência de alta dos níveis de confiança em agosto sugere que essa tendência (positiva para vendas no varejo) vai continuar”, disse o BofA na nota.

O comércio cresceu em julho pelo terceiro mês consecutivo e no ritmo mais forte para o mês na série histórica, segundo dados do IBGE divulgados na quinta-feira.

No mesmo mês, a produção industrial cresceu 8% sobre junho e recuou 3% sobre julho de 2019 –ambos os resultados vieram melhores que o esperado.

A nova projeção do BofA para o PIB está próxima à estimativa oficial do governo, de retração de 4,7%. A mediana das expectativas do mercado é de queda de 5,31%, segundo a mais recente sondagem Focus do Banco Central com economistas e instituições de pesquisa e do mercado, divulgada na última terça-feira.

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