Economia

Bank of America Merrll Lynch: Banco Central está mais leniente com inflação

24 jul 2019, 19:45 - atualizado em 24 jul 2019, 19:45
Campos Neto se reunirá com Copom para decidir rumo da política monetária na próxima semana (Imagem: Bloomberg)

A equipe de análise quantitativa do Bank of America Merrill Lynch publicou nesta semana relatório avaliando o comportamento dos bancos centrais com base no indicador Emerging Monetary Mood Indicator, no qual os analistas avaliam o tom da autoridade monetária de 11 países emergentes e montam um índice agregado, utilizando palavras-chave em mais de 4000 publicações dos bancos centrais para saber se há indicação hawkish (mais preocupada com a inflação) ou dovish (menos preocupada com a inflação e mais com o desemprego, sendo mais leniente com o nível básico de juro).

“O indicador EMMI sinaliza que o Banco Central se tornou mais dovish”, pondera o Bank of America Merrill Lynch, ao projetar ciclo total de afrouxamento monetário no Brasil na casa de 175 pontos-base, terminando a Selic no segundo semestre em 4,75%. “Isso está mais em linha com as últimas comunicações de junho do Banco Central, que se tornou mais dovish no nível de atividade, além de notar cenário global mais acomodativo”, completou a equipe de análise.

Para o banco, “o índice EMMI captura a visão de que cortes de juro básico são iminentes, especialmente agora que o Congresso obteve progresso na reforma da Previdência”.

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Emprego

No cenário macroeconômico emergente como todo, o indicador do Bank of America Merrill Lynch apontou que “os bancos centrais permanecem o mais dovish possível desde 2009”. “Os yields reais dos mercados emergentes permanecem aceitáveis”, completa o banco, destacando o juro longo na Argentina, na Índia, na Indonésia, em Israel, na Malásia e na África do Sul.