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Bank of America faz alerta sobre riscos nas bolsas dos EUA

08 fev 2022, 16:36 - atualizado em 08 fev 2022, 16:36
Wall Street
Os movimentos foram exacerbados pelo colapso da liquidez dos chamados contratos futuros e-mini do S&P 500 para perto de níveis só vistos durante o tombo dos mercados  (Imagem: Pixabay)

O mercado acionário dos EUA pode estar diante de mais riscos do que se pensa, alertaram analistas do Bank of America.

As flutuações extremas do mercado intradiário observadas neste ano na cotação de ações individuais mostram que há “turbulência” sob a superfície, afirmaram analistas de derivativos de ações liderados por Gonzalo Asis em nota divulgada na terça-feira.

Os movimentos foram exacerbados pelo colapso da liquidez dos chamados contratos futuros e-mini do S&P 500 para perto de níveis só vistos durante o tombo dos mercados com a chegada da pandemia em 2020.

“Um cabo de guerra está ocorrendo no mercado acionário dos EUA, com lucros e crescimento econômico fortes enfrentando a postura menos favorável do banco central em décadas”, escreveu Asis. “As consequências do cabo de guerra são sentidas profundamente na volatilidade intradiária e nas ações individuais.”

Investidores apreensivos vêm reduzindo rapidamente suas alocações em ações com perfil de crescimento — que embalaram a alta do S&P 500 na última década — enquanto o banco central (Federal Reserve) se prepara para subir os juros a fim de conter a inflação.

Juros mais altos prejudicam ações de tecnologia mais caras, que são avaliadas segundo as expectativas de crescimento futuro.

A ação da Meta Platforms, controladora do Facebook, desabou 26% na quinta-feira, após a divulgação de resultados trimestrais lamentáveis. Seu valor de mercado diminuiu em US$ 251,3 bilhões — a maior destruição de valor de mercado já vista para qualquer empresa nos EUA.

Asis e seus colegas ressaltaram que a última vez que o mercado acionário dos EUA se recuperou de uma queda de mais de 10% sem a ajuda do Fed foi em fevereiro de 2018. Mas aquela recuperação não durou muito e as bolsas colapsaram no final daquele ano.

Desta vez, o Fed pode não intervir até que o mercado acionário caia 15% ou mais em relação aos níveis atuais, afirmou o BofA.

“Se a inflação é a principal restrição para a aposta baseada na movimentação do Fed, então os maiores índices de inflação desde o início da década de 1980 sugerem que essa aposta é a mais restrita que já existiu”, escreveram os estrategistas.