Bancos têm fundamentos sólidos no Brasil, apesar de fraca condição fiscal, diz Moody’s
Os riscos fiscais no Brasil desafiam as métricas financeiras, mas os bancos do país têm fundamentos sólidos, que sustentam uma perspectiva estável da Moody’s sobre a economia nos próximos 12 a 18 meses.
A avaliação é resultado de uma análise de classificação com 29 bancos brasileiros, que juntos representavam cerca de 91% dos depósitos do sistema bancário (em setembro de 2021).
A empresa norte-americana prevê um crescimento lento para o país em 2022, com uma alta de 0,1% no PIB nacional, enfraquecendo a atividade dos bancos e a geração de empréstimos.
Apesar disso, “os fundamentos de crédito dos bancos são robustos para absorver a inflação e as pressões das taxas de juros sobre a economia”, segundo o relatório assinado por Alexandre Albuquerque e sua equipe.
Perspectivas monetárias
Segundo os analistas, os índices de empréstimos problemáticos tenderão a subir nos próximos meses, enquanto as reservas conservadoras compensarão os riscos crescentes dos ativos.
Mas a perspectiva de estabilidade é justificada porque, “embora os índices de empréstimos problemáticos aumentem em 2022, de um baixo 2,1% em setembro de 2021, os bancos vão contrabalançar as crescentes pressões sobre o risco dos ativos mantendo um alto volume de reservas para perdas com empréstimos acima de 200% dos empréstimos problemáticos”.
Além disso, os especialistas ressaltam que as carteiras de crédito também permanecerão protegidas por um alto nível de empréstimos garantidos, que representavam 72% dos empréstimos do sistema em setembro de 2021.
Enquanto isso, a capitalização deve se manter estável no horizonte de tempo analisado.
Com a moderação no crescimento dos empréstimos aliviando a pressão sobre o consumo de capital, “enquanto a geração de lucros estável e os índices de pagamento de dividendos que provavelmente não diferirão materialmente de 2021 apoiarão os buffers de capital dos bancos nos níveis atuais”.
Eleições 2022
Em meio ao cenário macro, as incertezas políticas vão de acirrando à medida que se aproximam as eleições do final do ano. Para a Moody’s, a disposição do governo em apoiar os bancos permanece inalterada neste contexto.
Além disso, o cenário irá intensificar as respostas políticas “para conter a inflação derivada do aumento dos preços das commodities e apoiarão a confiança de empresários e consumidores”.
Apesar disso, os analistas calculam que “a fraca condição fiscal do Brasil é uma restrição à capacidade do governo de apoiar os bancos em caso de estresse”.
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