Mercados

Bancos projetam dólar mais forte no curto prazo e na máxima histórica em 2023

06 set 2022, 9:18 - atualizado em 06 set 2022, 9:41
Bancos estrangeiros projetam dólar mais forte nos próximos meses no exterior e no Brasil, atingindo patamar histórico (Imagem: Shutterstock)

O Boletim Focus, do Banco Central (BC), mostra um cenário otimista para o dólar, ao apontar pela sexta semana seguida que a moeda americana encerrará 2022 e 2023 nos R$ 5,20. Porém, há quem estime um cenário bem mais deteriorado.

É o caso do Société Générale, que prevê um dólar a R$ 5,50 ao final deste ano. O banco francês projeta um cenário ainda pior em 2023, com a taxa de câmbio chegando em junho de 2023, a R$ 5,95 – nas máximas históricas.

Em relatório, o estrategista para mercados emergentes do banco, Bertrand Delgado, avalia que investidores continuarão tensos em relação às perspectivas fiscais no pós-eleição local.

Porém, um “combo” tende a impulsionar o dólar. Um dos fatores é a força da moeda dos Estados Unidos no exterior.

Essa percepção é compartilhada pelos economistas do Goldman Sachs, que projetam um “dólar mais forte à frente”. Vale lembra que nos últimos dias, o Dollar Index tem atingido os picos mais altos em mais de 20 anos.

Força contra pares

A equipe do Goldman avalia que os últimos dados econômicos reforçaram a resiliência da economia dos Estados Unidos, enquanto as perspectivas no restante do mundo ainda estão em terreno instável.

O que leva o banco a prever a força da moeda norte-americana contra seus principais pares. Os profissionais do Goldman comentam que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) ainda não está convencido de que seria apropriado desacelerar o ritmo dos aumentos de juros.

Já o Banco Central Europeu (BCE) enfrenta um “trade-off” muito mais difícil diante de um grave choque de oferta.  “Achamos que esse ambiente sugere uma maior valorização do dólar no curto prazo”, diz a equipe do banco.

Olho no euro

Entretanto, o Goldman Sachs está fazendo vários ajustes nas previsões do dólar ante as principais moedas pares. Para o euro, a estimativa é de 0,97 e 1,05 em seis e 12 meses, respectivamente, ante a divisa norte-americana.

Segundo os analistas, embora a zona do euro tenha feito bons progressos em relação ao armazenamento de gás para o próximo inverno, não elimina totalmente o risco de uma interrupção mais severa no período. 

“Ainda achamos que a resposta do BCE [Banco Central Europeu] ao choque de crescimento será secundária para a moeda. É improvável que compensem totalmente a mudança nas perspectivas de crescimento”, diz.

Embora ainda haja incerteza significativa sobre as perspectivas de médio e longo prazo, a equipe do Goldman acredita que a situação justifica uma perspectiva mais cautelosa. Portanto, um período ainda mais persistente de força do dólar.

Libra no radar

Para a libra esterlina, o Goldman Sachs destaca uma incerteza política “máxima”, na qual a moeda da terra da rainha tem exibido uma semelhança com alguns mercados emergentes. 

Inflação mais alta, taxas [de juros] mais altas e uma moeda em queda”, dizem, exibindo preocupação quanto a mudança no governo.

Ontem, Liz Truss venceu a disputa pela liderança do Partido Conservador, tornando-se nova primeira-ministra do Reino Unido, em substituição à Boris Johnson.

Além disso, a equipe do Goldman vê evidências de que as expectativas de inflação mais altas podem ser cada vez mais apoiadas. Isso pode levar a uma resposta mais contundente do Banco da Inglaterra (BoE).

*Com Reuters

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Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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