Economia

Bancos lucrativos geram ampliação de crédito e mais crescimento econômico, diz Campos Neto

08 ago 2024, 10:37 - atualizado em 08 ago 2024, 10:37
Roberto Campos Neto, Banco Central, Economia, Mercados
Campos Neto argumenta que as instituições financeiras têm papel relevante no desenvolvimento da eficiência economia (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (8) que a ideia de que o lucro dos bancos é algo ruim não atrai o país para ampliar a eficiência, argumentando que as instituições financeiras têm papel relevante no desenvolvimento da eficiência economia.

“Ter uma mentalidade de que o lucro dos bancos é ruim não é o que vai nos levar à eficiência”, afirmou em evento de cinco anos do Cadastro Positivo, em São Paulo.

Na avaliação do presidente do BC, é preciso deixar claro que o fato de a atividade bancária ser lucrativa gera mais capital, o que viabiliza uma ampliação dos empréstimos e, com isso, o país cresce mais.

Campos Neto ponderou que esse processo deve evoluir de uma forma que sejam reduzidos os spreads – diferença entre o custo de captação das instituições financeiras e a taxa final de concessão de crédito aos clientes.

Na apresentação, ele disse ter ficado muito feliz em ver o mercado de crédito voltar a crescer “depois de tantos sobressaltos”, ressaltando que se observa uma “normalização” dos spreads.

Dados do BC mostram que as concessões de empréstimos no Brasil avançaram 2,4% em junho na comparação com o mês anterior, enquanto o spread bancário nos recursos livremente negociados entre bancos e clientes caiu de 29,0 pontos percentuais em maio para 28,3 pontos em junho.

Presente no evento, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, também celebrou a melhora dos indicadores de crédito, citando que foram dissipados os temores do passado, como a versão ao risco desencadeada pela crise nas Americanas e a recuperação judicial da Oi .

Sidney ainda comentou a ideia de aumentar a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), colocada à mesa pelo governo nas discussões sobre compensações para a desoneração da folha, plano que não avançou. Para ele, a medida jogaria um “banho de água fria” no ritmo de crescimento do crédito.