Sucroenergia

Bradesco lidera oposição de bancos e trava recuperação judicial da Renuka

29 nov 2019, 16:35 - atualizado em 29 nov 2019, 17:07
Antigos fornecedores de cana do Grupo Renuka continuam sem ter uma solução depois de quase cinco anos (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

Um dos dez maiores grupos sucroalcooleiros do Brasil, a Renuka, controlada pelo grupo indiano homônimo, enfrenta a resistência dos bancos e não conseguiu, mais uma vez, realizar sua assembleia geral de credores, marcada para esta sexta-feira (29).

Fontes familiarizadas com as negociações envolvendo os ativos da Madhu e da Revati, respectivamente em Matão e Brejo Alegre, ambas em São Paulo, disseram ao Money Times que o Bradesco (BBDC4) seria, entre os agentes financeiros, a instituição que está mais descontente com as propostas do Grupo Renuka.

O pedido de recuperação judicial da Renuka  está prestes a completar cinco anos, e as perspectivas são de que os fornecedores de cana e outros credores das usinas saiam de 2019 sem novidades. Se não for novamente adiada – há quase um ano várias assembleias vinham sendo postergadas – a próxima reunião será dia 21 de janeiro.

A dívida total corrigida do Renuka está perto dos R$ 4 bilhões e os associados da Norplan e outros antigos fornecedores de cana somam um crédito de R$ 30 a R$ 40 milhões.

Nelson Peres, presidente da Associação dos Fornecedores de Cana do Noroeste Paulista (Norplan), não confirma a informação quanto ao Bradesco, mas ao ser informado do novo adiamento, lamentou: “Brincadeira, tanto tempo depois e ainda tem muitos fornecedores que não conseguiram se recuperar do calote”, informa Peres.

O advogado Andre Moreno, do escritório Bisson, Bortoloti, Moreno e Occaso, representando mais de 100 plantadores de cana – somando mais de R$ 30 milhões a receber – também preferiu se referir apenas a falta de “consenso com os credores financeiros”.

A unidade Revati, com capacidade de 3 milhões de toneladas de moagem, está totalmente parada há duas safras. A Madhu, com disponibilidade de moer 6 milhões/t, moeu nas duas últimas safras, ainda que abaixo de sua capacidade.

“E o grupo pagou os fornecedores direitinho”, afirma Peres, o que para ele era sinal de que, ao menos desta vez, havia interesse dos indianos em dar um ponto final nessa história.

Antes da assembleia adiada havia a expectativa de que haveria uma acordo.

Já se cogitou no começo deste ano, entre grupos de credores, o pedido para a Justiça decretar a falência do Renuka, no que seria até mais fácil de ser recuperado parte do dinheiro devido.

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