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Bancos com mais de US$ 47 trilhões em ativos aderem defesa do clima promovida pela ONU

23 set 2019, 7:40 - atualizado em 23 set 2019, 7:41
Deutsche Bank, Citigroup e Barclays estão entre os 130 bancos que aderiram ao novo compromisso de trabalho, na véspera de uma cúpula de líderes da ONU, em Nova York (Imagem: Pixabay)

Bancos com mais de 47 trilhões de dólares em ativos aderiram neste domingo a novos princípios responsáveis de operação promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para combater mudanças climáticas, o que deve desviar seus recursos dos combustíveis fósseis.

Deutsche Bank, Citigroup e Barclays estão entre os 130 bancos que aderiram ao novo compromisso de trabalho, na véspera de uma cúpula de líderes da ONU, em Nova York, cuja meta é pressionar governos e empresas a agirem com rapidez para reverter o catastrófico aquecimento global.

“Esses princípios significam que os bancos precisam considerar o impacto de seus financiamentos sobre a sociedade – não apenas seu portfólio”, disse à Reuters Simone Dettling, representante líder dos bancos na Iniciativa das Nações Unidas para o Financiamento do Meio Ambiente.

Sob pressão de investidores, reguladores e ativistas do clima, alguns bancos grandes reconheceram o papel que financiadores precisam desempenhar numa rápida transição para uma economia de baixo carbono.

Os financiamentos para os setores de petróleo, gás e carvão se tornaram alvo de escrutínio, em especial após cientistas do clima intensificarem o clamor por uma mudança na alta dependência da economia global de combustíveis fósseis, de modo a evitar um aquecimento desastroso.

Os principais defensores dos princípios dizem que as normas devem encorajar os bancos a direcionar seus portfólios de investimentos para longe de ativos intensivos em carbono, e redirecionar seu capital para indústrias mais verdes.

Os críticos argumentam que os bancos deveriam ir além, comprometendo-se explicitamente a abandonar de modo paulatino o financiamento de projetos ligados aos combustíveis fósseis e ao agronegócio que provoque desmatamento da Amazônia, do sul da Ásia e de outras regiões.

Contudo, os novos padrões podem também forçar os bancos aderentes a escolher entre os precedentes negócios de clientes em setores intensivos em carbono e as acusações de não cumprirem os princípios caso continuem a financiar tais empreendimentos.

Embora a adesão seja voluntária, Dettling, que teve papel central durante os 18 meses de negociações com um grupo principal de 30 bancos fundadores, disse que os financiadores ficarão relutantes em aceitar o risco à sua reputação caso percam o status de signatários da iniciativa.

“Eles precisam demonstrar que estão progredindo – e um progresso dentro de um cronograma prévio”, disse ela.