Bancos centrais esperam reinado do dólar por mais 25 anos
Gestores de reservas internacionais de bancos centrais de todo o mundo acreditam na manutenção da dominância do dólar por pelo menos mais um quarto de século.
Aproximadamente 66% dos gestores acreditam que o dólar continuará sendo a moeda de reserva preferida nos próximos 25 anos, segundo pesquisa do UBS Asset Management com 30 bancos centrais. A moeda dos EUA responde por cerca de 62% dos US$ 11,7 trilhões em reservas cambiais de bancos centrais globais, informou o Fundo Monetário Internacional no mês passado.
A pesquisa surge em meio a questões sobre a chamada política do dólar forte e quando países como Rússia anunciam que estão diversificando suas reservas cambiais. O presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, criticou a hegemonia do dólar em agosto, lamentando a “influência dominadora” da moeda no comércio. Mas, ainda assim, o dólar é “a moeda definitiva como refúgio”, segundo o UBS.
“O domínio do dólar americano nas reservas globais – uma participação média acima de 60% nos últimos 25 anos – tem sido uma característica constante da gestão de reservas internacionais”, escreveram os analistas Massimiliano Castelli e Philipp Salman do UBS, em relatório divulgado na quarta-feira. “Isso é particularmente surpreendente porque as especulações sobre a queda iminente do dólar se tornaram um refrão constante nas últimas décadas.”
Mas o yuan chinês deverá reduzir a participação do dólar. O UBS constatou que 38% dos entrevistados acreditam que o yuan se tornará a moeda de reserva no nível do dólar ou do euro nos próximos 25 anos. O euro respondeu por pouco mais de 20% das reservas no segundo trimestre, segundo dados do FMI.