Economia

Bancos centrais erraram e economias pagam o preço

15 jun 2022, 12:03 - atualizado em 15 jun 2022, 12:07
Banco Central Europeu BCE Bolsas Europeias
A perda de credibilidade significa que uma ação de política monetária ainda maior pode ser necessária para neutralizar. (Imagem: Reuters/Kai Pfaffenbach/File Photo)

Mesmo após os bancos centrais reconhecerem que erraram em suas previsões para inflação no ano passado, eles continuam a se atrapalhar com suas indicações de política monetária e arriscam causar mais danos à sua credibilidade, perturbar os mercados e minar a recuperação pós-pandemia.

Espera-se agora que o Federal Reserve aumente juros em 0,75 ponto percentual nesta quarta-feira, apenas algumas semanas após o presidente Jerome Powell e sua equipe repetidamente anunciarem um movimento de meio ponto percentual.

É a mais recente de uma série de falhas, desde considerar a inflação alta “transitória” no ano passado a acelerar o fim do programa de compra de títulos e o escolhimento de sua carteira de títulos.

A presidente do Banco Central Europeu Christine Lagarde se tornou mais hawkish do que havia indicado anteriormente, e o Reserve Bank of Australia está entre os que aumentam juros mais rápido do que os dirigentes haviam sinalizado.

Os investidores temem que a corrida para compensar erros de previsão anteriores aumenta o risco de recessão. As ações globais entraram em um mercado de baixa, os rendimentos do Tesouro dos EUA na segunda-feira registraram seu maior salto de dois dias desde a década de 80 e os mercados de títulos corporativos mostram cada vez mais sinais de estresse.

O Conselho do BCE se reuniu na quarta-feira “para discutir as condições atuais do mercado”, enquanto o confronto entre os operadores de títulos e o Banco do Japão aumenta rapidamente à medida que o banco central luta para convencer os mercados de que sua política monetária ultrafrouxa é sustentável, com os futuros de títulos de dez anos caindo mais desde 2013 na quarta-feira.

Os erros cometidos pelas autoridades mancham a reputação de garantir a estabilidade de preços e evitar o tipo de espiral inflacionária que atingiu a renda da classe média na década de 70.

A perda de credibilidade significa que uma ação de política monetária ainda maior pode ser necessária para neutralizar as pressões de preços.

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