Comprar ou vender?

Bancos: aumento de imposto sobre lucro cortaria até 27% do valor das ações

25 maio 2020, 12:07 - atualizado em 25 maio 2020, 12:07
Efeito imediato: Banco do Brasil seria um dos mais afetados por alta da CSLL (Imagem: Money Times)

Um eventual aumento da alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) do setor financeiro pode reduzir o preço-alvo das ações em cerca de 27%, segundo os cálculos da XP Investimentos.

A possibilidade voltou a ser discutida no Senado, onde tramitam três projetos neste sentido, com o objetivo de obter recursos para compensar a queda da arrecadação decorrente da pandemia de coronavírus.

Erich Decat, que assina o relatório da gestora, ressalta que a XP não acredita que as propostas sejam aprovadas e, portanto, não as incorporam em seu cenário básico. Mas, apenas como exercício, o analista estimou o impacto de uma alta de até 20 pontos percentuais na alíquota da CSLL sobre o preço-alvo das ações do setor. Foram, também, analisados aumentos intermediários de 5, 10 e 15 pontos percentuais.

O Banco do Brasil (BBAS3) seria o mais prejudicado, com uma queda de 28,1% do preço-alvo, que passaria dos atuais R$ 43 para R$ 30,90. Já o Bradesco (BBDC4) seria o mais resistente, com uma queda de 24%, dos atuais R$ 28 para R$ 21,12.

Empresa Ticker Preço-alvo base +5pp +10pp +15pp +20pp
Itaú Unibanco ITUB4 30 27,64 25,67 23,69 21,72
Bradesco BBDC4 28 27,26 24,97 23,05 21,12
Santander SANB11 30 27,22 25,71 23,65 21,59
Banco do Brasil BBAS3 43 38,7 36,36 34 30,9

O Banco do Brasil também sentiria o maior impacto sobre a distribuição de dividendos. A XP Investimentos estima que o dividend yield (o rendimento proporcionado pelos dividendos, sobre o preço do papel) do banco federal caia 2,7 pontos percentuais, para 4,6%, se a alíquota da CSLL subir 20 pontos.

Os investidores do Santander (SANB11) também não teriam motivos para festejar. O dividend yield do banco recuaria os mesmo 2,7 pontos, mas o retorno seria ligeiramente maior que o do Banco do Brasil: 4,7%.

“Mantemos recomendação de compra no Banco do Brasil, Bradesco, e neutro em Itaú e Santander Brasil”, afirma a XP. A gestora lembra que o aumento da CSLL não integra seu cenário básico. Caso isso ocorra, as recomendações e preços-alvos serão revisados.

Empresa Ticker Dividend yield base +5pp +10pp +15pp +20pp
Itaú Unibanco ITUB4 7,70% 7,50% 6,80% 6,10% 5,50%
Bradesco BBDC4 7,20% 6,70% 6% 5,30% 4,70%
Santander SANB11 7,40% 6,70% 6% 5,40% 4,70%
Banco do Brasil BBAS3 7,30% 7% 5,80% 5,20% 4,60%

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
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