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Bancões: Por que Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBSA3) serão os destaques da temporada

26 abr 2022, 10:25 - atualizado em 26 abr 2022, 10:25
Caixa Eletrônico Bancos
Itaú deve ter bons resultados, segundo Genial (Imagem: Unsplash/Erik Mclean)

O Itaú (ITUB4) e o Banco do Brasil (BBSA3) são as apostas de destaques para a temporada, segundo a Genial Investimentos.

Segundo os analistas, isso acontece porque “o Itaú possui uma boa dinâmica de receita, que vem mitigando a elevação das provisões de crédito duvidoso” e “o Banco do Brasil (BB) deve continuar a ser beneficiado com os resultados da PREVI e baixas provisões. As baixas provisões do BB são resultados de uma carteira de crédito mais conservadora e elevado índice de cobertura, como já pontuamos em diversos relatórios”.

O relatório da Genial ainda afirma que “apesar de ambos apresentarem dinâmicas positivas, o nosso banco preferido segue sendo o Itaú. A boa dinâmica de receitas favorece o Itaú quando comparado ao BB”.

“Ademais, o BB está sendo beneficiado pelo resultado da PREVI, que tende a arrefecer no longo prazo, e possui risco político em meio a ano eleitoral que deve continuar a pautar a agenda nos próximos trimestres”, dizem os analistas.

Do outro lado, a Genial aponta que o Santander é o banco com a projeção menos otimista.

“Essa percepção justificada pelo menor índice de cobertura e expectativa de baixo crescimento de lucro no ano. No balanço geral, o 1T deve ser positivo para os bancos, com avanço de lucro t/t e a/a exceto para o Santander”, explica o relatório.

Já o Bradesco, segundo a Genial, deve ter um resultado pressionado no primeiro trimestre, puxado pela seguradora por conta da alta da Selic mais acentuada que as expectativas iniciais. Para os analistas, isso “traz uma dinâmica menos positiva no trimestre”.

“No entanto, esperamos uma melhora gradativa na seguradora ao longo do ano contribuindo para o resultado. Apesar do consumo rápido, o índice de cobertura (colchão de provisão para crédito em atraso) continua alto, que favorece o Bradesco em meio a cenário de elevação da inadimplência”, diz a Genial.

Saiba o que esperar dos bancões

Itaú (ITUB4)

Itaú Unibanco
(Imagem: Rafael Borges / Money Times

A Genial Investimentos espera que o lucro do banco cresça 1,5% na comparação entre trimestres e 13,5% na comparação ano a ano. Segundo a análise, a continuidade do crescimento da receita de juros (NII) t/t e a/a deverá compensar o aumento das provisões para crédito de liquidação duvidosa (PDD).

“A PDD deve continuar em patamares elevados no comparativo a/a, em função da normalização da inadimplência esperada para 2022”, dizem os analistas. “O Itaú deve ter uma boa performance no NII ao longo do ano, puxada pelo: (i) crescimento de carteira; (ii) melhora do mix de crédito, com maior participação de créditos com taxas mais altas; (iii) reprecificação da carteira, e; (iv) maior da remuneração do capital de giro para suportar negócio de crédito em função da elevação da Selic.”

Os analistas ainda acreditam que a carteira de crédito deverá crescer menos no 1T, principalmente pela sazonalidade de linhas rotativas e a valorização do Real impactando as carteiras atreladas ao dólar.

“No final do ano, o período de festas impulsiona créditos atrelados a consumo, como de cartão de crédito e cheque especial. No início do ano observamos o oposto, com uma desaceleração t/t”, dizem.

Outros pontos, como a entrada de um novo time de gestão na seguradora, as receitas de seguros devem continuar avançando forte ano a ano com recuperação dos efeitos do Covid, segundo a Genial.

“Em taxas de serviços, assim como o crédito em linhas rotativas, esperamos um resultado mais fraco. Puxados pelo consumo, as taxas de cartões tem uma contribuição grande para a receita de serviços no 4T. Além disso, a saída da XP deve prejudicar o comparativo a/a de receitas de serviços”, diz o relatório. “Com o spin-off (separação das empresas), o resultado da XP deixa de compor as receitas de serviços do Itaú. Mas mesmo assim, no consolidado, esperamos um bom desempanho na parte de seguros e serviços financeiros”, continua a análise.

A Genial ainda afirma que “a alíquota do Itaú deve vir mais baixa se comparada aos patamares de 2021”.

“O aumento da TLP e maior patrimônio favorecem o maior pagamento de juros sobre capital próprio (JCP), que gera um benefício fiscal. A TLP aumentou como reflexo da elevação da Selic. Apesar de esperarmos o mesmo efeito para os demais bancos, exceto para o Bradesco, o Itaú tem sido mais vocal no tema.”

A recomendação da Genial para as ações do Itaú é de compra.

Banco do Brasil (BBAS3)

Banco do Brasil

Para a Genial, o Banco do Brasil é “o mais defensivo dos bancões” e deve ter lucro estável (flat) t/t e 20,9% a/a.

“Assim como nos últimos trimestres, o resultado deverá continuar ser ajudado pela contribuição positiva da PREVI e da baixa provisão para crédito duvidoso. A PREVI é um plano de previdência dos funcionários do BB com benefícios definidos. Os planos de benefícios definidos dão ao beneficiário o direito de receber um montante pré-estabelecido. Caso os rendimentos do portfólio superam os benefícios a serem pagos, o excedente circula no resultado do BB”, diz o relatório.

Como citada na análise do Itaú, a carteira do BB e receitas de serviços deve crescer menos na comparação trimestral em função da sazonalidade do primeiro trimestre.

“Com a continuidade da alta da Selic em ritmo acelerado, o Banco do Brasil deve continuar sofrendo com a elevação do custo de captação (funding). Em função da elevação do custo de funding esperamos um NII estável (flat) t/t. Os efeitos da alta da Selic no custo de captação devem reduzir gradativamente ao longo do ano, expandindo NII, por conta do custo de capitação com a poupança que bateu o teto ao final de 2021. Isso mitiga parcialmente nosso medo quanto ao custo de funding pressionar os resultados do BB”, continua.

A recomendação da Genial para as ações do Banco do Brasil é de compra.

Bradesco (BBDC4)

Já em relação ao Bradesco, por sua vez, a expectativa da Genial é mista.

“Esperamos variação de lucro de 2,5% t/t e de 4,0% a/a. O NII clientes (resultado de empréstimos) deve continuar com um bom avanço a/a, assim como sinalizava o guidance. O guidance indicava um crescimento do NII clientes de 10% no meio da faixa. Do lado negativo, a margem com o mercado mais fraca, resultado pressionados da seguradora e elevação t/t da PDD devem continuar prejudicando o avanço de lucro”, afirma a análise.

De acordo com a Genial, “aseguradora também deve ser impactada pela nova onda de Covid no início do ano, assim como o resultado financeiro deve vir mais fraca pela alta de juros no curto prazo. Apesar de não ter impactado os seguros de vida com o baixo número de óbitos, a elevação dos atendimentos em pronto atendimento deve elevar a sinistralidade do seguro saúde. Já a PDD (provisão para crédito duvidoso) deve crescer t/t em decorrência da elevação da inadimplência e crescimento da carteira”.

A recomendação para os ativos do Bradesco, segundo a Genial, é de compra.

Santander (SANB11)

Santander (BCSA34)
(Imagem: Santander/Blog)

Já para o Santander, a expectativa da Genial é a de que o lucro deve crescer 2,6% em comparação trimestral e cair 0,8% na comparação ano a ano. O resultado deve ser impactado pelo baixo NII mercado e a elevação da PDD.

No quarto trimestre de 2021, segundo a Genial, a margem com mercado já havia retraído 30,9% t/t. “A margem com clientes deve continuar crescendo forte a/a, em função principalmente da maior remuneração do capital de giro para operações de crédito decorrente da alta da Selic”, diz o relatório.

A corretora afirma que “o Santander possui o menor índice de cobertura entre os grandes bancos, tendo terminado o ano em 220%. Dado índice de cobertura mais baixo, o Santander tende a ser mais impactado pela elevação da inadimplência no ano”.

A recomendação da Genial para os papéis do Santander é de manter. E, segundo a corretora o ativo “é o que menos gostamos entre os bancões, dado índice de cobertura mais baixo e crescimento mais modesto de carteira de crédito para o ano”.

 

 

 

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Editora
Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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