Bancões abrem resultados do 3T23 com Santander (SANB11); qual será o tom da temporada?
A temporada de resultados do terceiro trimestre das empresas brasileiras começa a ganhar tração nos próximos dias. Um bancão dará a largada nesta semana, abrindo caminho para as demais instituições financeiras.
O Santander Brasil (SANB11) solta o balanço já na quarta-feira (25), antes da abertura do mercado. Será uma divulgação importante para entender o tom dessa temporada, de acordo com o Safra, que retomou a cobertura das ações dos grandes bancos sem mudanças nas recomendações ou nas estimativas.
Na avaliação do banco, não deve haver alterações significativas para os resultados na base trimestral. No entanto, analistas acreditam que os bancos vão mostrar uma retomada da originação de crédito a categorias de grandes empresas e individual, em menor medida.
As receitas devem melhorar ligeiramente, com Santander e Bradesco (BBDC4) mostrando perdas sequenciais menores em ALM (Asset and Liability Management).
Por outro lado, a qualidade de ativos no segmento de pequenas e médias empresas segue como ponto de preocupação.
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Primeiro bancão ditará sentimento da temporada
Na opinião do Safra, o Santander pode levantar um sentimento mais positivo em relação à nova temporada de balanços do setor bancário.
O Safra espera que o Santander comece a mostrar ganhos com a restrição antecipada da oferta de crédito, diferentemente da postura tardia do Banco do Brasil (BBAS3).
“Nossas estimativas para os resultados [do Santander] estão 2,4% acima do consenso, baseadas em nossa visão de ganhos antecipados devido a um custo de risco menor com uma evolução melhor da qualidade de ativos”, dizem Daniel Vaz, Silvio Dória e Gabriel Pucci, do time de análise.
Destaques positivos e negativos
Analistas ainda projetam números fracos para o Bradesco, com os resultados prejudicados pelas incertezas em relação à qualidade de ativos, segundo o Safra.
Para a XP Investimentos, o segundo maior banco privado do Brasil (e o Santander) devem ser afetados por maiores provisões para devedores duvidosos (PDDs) e vão reportar NII (lucro líquido de juros) de mercado mais fraco.
Na ponta positiva, Banco do Brasil e Itaú (ITUB4) são novamente colocados pela corretora como os destaques positivos, com expectativa de continuidade de crescimento da carteira de crédito e aumento marginal das taxas de inadimplência.
No caso do Banco do Brasil, preferência da XP entre os grandes bancos, o crédito rural deve continuar forte por mais um trimestre, o que deve apoiar o crescimento sólido da carteira de crédito, enquanto a taxa de inadimplência deve ficar estável em 2,7%, a mais baixa entre os pares.
Na avaliação do Goldman Sachs, o BB deve ter uma nova alta no lucro, cravando no terceiro trimestre ganhos de R$ 9,9 bilhões.
Segundo o Goldman Sachs, mesmo com a desaceleração geral de empréstimos ao setor, o Banco do Brasil e o Itaú estão melhor posicionados para expandir suas carteiras. Como a XP, a instituição cita a exposição rural da estatal e, no caso do Itaú, a empresa deve se beneficiar da exposição à alta renda.
A Nova Futura avalia que o setor com maior potencial de bons resultados é o dos bancos. Seguindo a linha das outras instituições, a corretora vê com bons olhos BB e Itaú.