Banco Safra corta preço-alvo do Banco do Brasil (e a culpa é do coronavírus)
![Banco do Brasil BBAS3](https://www.moneytimes.com.br/uploads/2020/03/banco-do-brasil.jpg)
O Banco Safra cortou o preço-alvo do Banco do Brasil (BBAS3) de R$ 68 para R$ 51. Apesar da forte redução, o novo valor representa ainda um potencial de alta de 87% sobre a cotação tomada como referência pelo Safra.
Por isso, o banco manteve a recomendação de outperform para os papéis, isto é, desempenho esperado acima da média do mercado.
Luiz Azevedo e Silvio Dória, que assinam o relatório, afirmam que o corte foi motivado pelo impacto do coronavírus no ambiente macroeconômico, e não pelo desempenho do Banco do Brasil no primeiro trimestre.
“Pontuamos que, embora esperemos uma queda de 26% no lucro [do Banco do Brasil] em 2020, isso ainda está bem abaixo de seus pares (que podem ver uma redução nos ganhos acima de 30%0”, afirmam os analistas.
Aversão ao risco
A perspectiva de lucrar menos não é o único fator de pressão. Com a maior aversão ao risco dos investidores, o Safra também incorporou novos parâmetros de mercado à conta, como um custo de capital para o acionista de 13,9%, ante os 12,5% que embasa as contas até então.
![auxílio emergencial coronavírus](https://www.moneytimes.com.br/uploads/2020/05/banco-central.jpg)
Para se ter uma ideia, 5,5% desse total referem-se ao prêmio de risco exigido pelos investidores para aplicar seu dinheiro nas ações do Banco do Brasil. É quase o dobro dos 3% da taxa básica de juros (a Selic), hoje no menor patamar da história.
Em contrapartida, há razões para apostar no papel, segundo o Safra. A carteira de crédito do BB é mais resistente que a dos rivais, pois se concentra no crédito rural e no crédito consignado.
Além disso, o papel apresenta um desconto atraente. Ele é negociado hoje abaixo de seu valor patrimonial – 0,7 vez, na conta do Safra.
O múltiplo é menor que sua média de cinco anos (1 vez) e que o de seus rivais (1,2 vez, em média). “Uma simples análise de múltiplos mostra que as ações do Banco do Brasil estão depreciadas”, diz o Safra.