Banco Mundial espera que preços de commodities sigam firmes com crescimento econômico
Os preços globais de commodities deverão seguir firmes em 2021, ao redor dos níveis atuais, após uma recuperação no primeiro trimestre guiada pelo forte crescimento econômico, disse o Banco Mundial nesta terça-feira.
A média das cotações de energia tende a ficar mais de um terço acima da registrada em 2020, com o petróleo sendo negociado em torno de 56 dólares por barril, segundo a instituição. Em 2022, os preços devem subir para 60 dólares/barril, “amplamente em linha com a média de 2017-19.”
Os metais devem avançar 30%, enquanto os mercados agrícolas deverão subir quase 14%.
Mesmo assim, o Banco Mundial disse que o cenário é amplamente dependente do progresso na contenção da pandemia de Covid-19, bem como de políticas de suporte em economias avançadas.
“O crescimento global tem sido mais forte do que o esperado até agora e as campanhas de vacinação estão em andamento, tendências que têm impulsionado os preços das commodities. No entanto, a durabilidade da recuperação é bastante incerta”, disse Ayhan Kose, vice-presidente em exercício do Grupo Banco Mundial para crescimento equitativo, finanças e instituições, além de diretor do grupo de perspectivas.
“Os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento, tanto exportadores quanto importadores de commodities, devem fortalecer sua resiliência no curto prazo e se preparar para a possibilidade de que o crescimento perca impulso”, acrescentou.
Uma retirada de estímulos de forma mais rápida do que o esperado por parte de algumas das principais economias emergentes pode representar um risco negativo para os preços dos metais, mas os gastos mais elevados em infraestrutura pelos EUA tendem a apoiar algumas dessas commodities, incluindo alumínio, cobre e minério de ferro.
Já no fronte agrícola, houve uma recuperação diante da forte demanda chinesa e de problemas de produção na América do Sul, mas a maior parte dos mercados globais de alimentos segue adequadamente abastecida conforme os padrões históricos, disse o Banco Mundial.
A inflação dos alimentos na América Latina, Oriente Médio e África teve média de quase 9% entre janeiro e fevereiro de 2021, e há risco de que a inflação de preços aumente caso as disparadas recentes nos preços globais de alimentos “seja repassada aos mercados domésticos”, acrescentou a instituição.