Banco Mundial diz que pobreza na Ucrânia aumentou dez vezes por causa da guerra
Ataques da Rússia contra infraestruturas civis em cidades ucranianas que estão longe da linha de frente complicarão a dura situação econômica do país do leste europeu, que já passa por um aumento de dez vezes na pobreza este ano, disse uma autoridade do Banco Mundial neste sábado (16).
Arup Banerji, diretor regional do Banco Mundial para o Leste Europeu, disse que a restauração rápida do fornecimento de energia após os ataques em larga escala da Rússia esta semana contra instalações reflete a eficiência do sistema para tempos de guerra, mas que a mudança das táticas russas elevou os riscos.
“Se isso continuar, o cenário será muito, muito mais difícil”, disse ele em entrevista à Reuters. “Quando o inverno realmente começar a apertar… certamente até dezembro ou janeiro, e se as casas não forem reparadas… pode haver outra onda interna de migração, de pessoas se deslocando internamente”.
Mais recursos
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse a doadores internacionais esta semana que a Ucrânia precisa de cerca de US$ 55 bilhões, sendo US$ 38 bilhões para cobrir o déficit orçamentário do próximo ano, e mais US$ 17 bilhões para começar a reconstruir infraestrutura crítica, incluindo escolas, casas e instalações de energia.
Autoridades ucranianas sublinharam que precisam de assistência financeira constante e previsível para manter o governo em funcionamento e, ao mesmo tempo, começar a fazer reparos e reconstruções críticos.
A resposta ao pedido de Zelenskiy – feito durante reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial – muitas outras reuniões realizadas na última semana foram promissoras, disse Banerji, em entrevista à Reuters.
“A maioria dos países indicou que apoiaria a Ucrânia financeiramente no próximo ano, então é um resultado muito positivo”, disse. Segundo ele, 25% da população estaria vivendo na pobreza até o fim do ano, de pouco mais de 2% antes da guerra. E esse número pode crescer para até 55% até o fim do próximo ano, afirmou.
A escolha unânime do ministro das Finanças ucraniano, Serhiy Marchenko, como o próximo presidente rotativo do comitê de presidentes das duas instituições para 2023 também foi um testemunho do forte e constante apoio ao país devastado pela guerra, disse Banerji.
A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, disse esta semana que os parceiros internacionais da Ucrânia já comprometeram US$ 35 bilhões em doações e financiamento de empréstimo em 2022, mas suas necessidades de financiamento continuariam “muito altas” em 2023.
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