Banco Master: Possível controle do empresário Nelson Tanure é alvo de investigação pela Polícia Federal

A ligação do empresário Nelson Tanure com o Banco Masterse tornou alvo de um inquérito aberto pela Polícia Federal, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), conforme revelou reportagem do Estadão na quarta-feira (21).
O mercado tem acompanhado, nos últimos meses, indícios de um possível envolvimento entre Daniel Vorcaro, presidente do Master, e o empresário. Ambos, no entanto, negam que Tanure seja sócio do banco.
Apesar das negativas, uma denúncia da gestora de investimentos Esh Capital impulsionou a investigação sobre um possível controle oculto da instituição financeira por parte de Tanure.
Aberto ainda em 2024, o inquérito apura uma complexa rede de empresas e fundos que teria sido utilizada pelo empresário para adquirir o controle societário do banco.
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Apesar de o Banco Master informar às autoridades que seu grupo de controle é liderado por Daniel Vorcaro e pela 133 Investimentos, o MPF afirma que “há indícios de que Nelson Tanure seria o real controlador da referida instituição financeira, tendo se valido da Aventti, do fundo Estocolmo e da Banvox para adquirir o controle societário”.
Segundo inquérito, ao qual o Seu Dinheiro teve acesso, há “indícios de crime, gestão temerária e indução ao erro de investidores”, relacionados a “irregularidades envolvendo a emissão de CDBs e à escalada em ativos creditórios de precificação inconsistente pelo Banco Master”.
Com a investigação, a PF apura se houve crimes contra o sistema financeiro nacional, uma vez que o controle ou a administração de instituições financeiras exige autorização prévia do Banco Central.
Procurados, Nelson Tanure não irá comentar, enquanto o Banco Master não retornou até a publicação desta matéria.
Polêmicas do Banco Master
A investigação se soma a outras polêmicas que envolvem o banco. O perfil agressivo do Master tem chamado atenção, especialmente pelas estratégias de captação de recursos — sobretudo por meio de CDBs (Certificados de Depósito Bancário) — com taxas de juros significativamente acima da média de mercado, chegando a pagar até 130% do CDI.
A prática atrai investidores em busca de altos rendimentos, mas também levanta preocupações sobre a sustentabilidade da estratégia.
O Master também enfrenta a desconfiança do mercado financeiro. Recentemente, a instituição financeira tentou uma emissão de títulos em dólares, mas não conseguiu captar recursos.
Outro capítulo é a compra do banco. No fim de março, o BRB informou a aquisição pelo valor de 75% do valor patrimonial, o equivalente à cerca de R$ 2 bilhões. A operação envolve a aquisição de 48% das ações ordinárias (com direito a voto) do Master, mas somando ordinárias e preferenciais, o percentual chega a 60%.
*Com informações do Seu Dinheiro e Estadão