Banco Inter: Goldman Sachs vê desafios com o coronavírus e indica venda
As ações do Banco Inter (BIDI4) devem sofrer com os efeitos da crise do coronavírus, avalia o Goldman Sachs em um relatório enviado a clientes nesta quinta-feira (9) e obtido pelo Money Times.
Apesar de o banco continuar a apresentar um crescimento saudável de clientes, com avanço de 155% no primeiro trimestre na comparação com o ano anterior (5 milhões), as perspectivas de crescimento e a capacidade de monetizá-los serão mais desafiadoras, devido ao coronavírus.
“De fato, realizamos uma análise de sensibilidade para fins ilustrativos, que mostra um risco significativo de queda nos ganhos em um ambiente de crescimento mais lento”, explicam os analista Tito Labarta, Gustavo Schroden e Jonathan Uriel Schajnovetz.
Segundo eles, a menor procura por empréstimos, em particular, pode ter um impacto significativo nos lucros.
2020 | Projeção atual | -5% | -10% | -15% |
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Empréstimos (R$ mi) | 6,918 | 6,672 | 6,426 | 6,18 |
Crescimento (%) | 41% | 36% | 31% | 26% |
Receita líquida com juros | 969 | 949 | 929 | 909 |
Mudança (%) | – | -2% | -4% | -6% |
Lucro líquido | 156 | 142 | 128 | 114 |
Mudança (%) | – | -9% | -18% | -27% |
A previsão atual de crescimento de empréstimos, de 41% para 2020, provavelmente será difícil de ser alcançada com um PIB que deverá cair 3,4% este ano, diz o Goldman.
A estimativa é de que cada queda de 5% no crescimento de empréstimos impactaria negativamente os lucros em 9%.
“Também é provável que a receita de taxas seja prejudicada este ano e a cada queda de 5% no crescimento da receita de taxas impactaria negativamente os ganhos em 3%. Embora a receita líquida com juros (NIM) possa aguentar o aumento dos spreads, o custo do risco também pode aumentar à medida que a qualidade dos ativos se deteriora”, concluem.
A recomendação é de venda, com preço-alvo de R$ 9,70. O potencial de valorização é de aproximadamente 4%.