Banco Inter é como uma árvore que cresce e não dá frutos, dizem analistas
O Banco Inter (BIDI4) surpreende o mercado, mês a mês, com a enorme capacidade de conquistar clientes a um custo baixo, mas não consegue atrair a mesma admiração para o resultado financeiro. “É uma árvore cada vez maior, mas nada de frutos”, avaliam os analistas do BB Investimentos.
Segundo Rafael Reis e Wesley Bernabé, apesar dos avanços operacionais capazes de encher os olhos e sustentar uma tese de crescimento, ainda há pouca desenvoltura na rentabilização da base de clientes.
O banco entregou um prejuízo de R$ 8,5 milhões no primeiro trimestre de 2020, uma reversão em comparação com os R$ 24,7 milhões de lucro no final do ano passado. Na conciliação gerencial, explica o BB, o resultado passa a ser um lucro de R$ 11 milhões.
“Ao passo que o mundo migra para a nuvem na ascensão do pós-digital, os desafios que entendemos estarem no caminho do Inter de fato se mostram velhos conhecidos da indústria: a inadimplência (que no Inter já opera acima dos pares), que pode se agravar a depender da extensão e profundidade da crise, e a definitiva aceleração na conversão da crescente base de clientes em receitas mais consistentes, pouco provável de ser destravada esse ano”, destacam.
Reis e Bernabé possuem uma recomendação neutra para os papéis preferenciais, com preço-alvo de R$ 11,90.