Banco Inter (BIDI11) pode dobrar de valor, mas precisa puxar o freio no crédito duvidoso
O Banco Inter (BIDI11) tem o potencial para dobrar de valor na Bolsa, mas precisa puxar o freio no crédito duvidoso para crescer com qualidade, avalia o BB Investimentos em um relatório enviado a clientes após a apresentação do seu balanço do quarto trimestre de 2021.
Na avaliação do analista Rafael Reis, o banco entregou um resultado negativo, com lucro líquido recorrente de R$ 6 milhões – queda de 67,1% na comparação anual.
Os números foram afetados pela baixa de créditos inadimplentes em R$ 73 milhões, o que foi endereçado como uma manobra análoga a despesas de provisão relacionada à carteira de cartões de crédito.
Já os destaques positivos ficaram por conta do “ímpeto no ritmo de crescimento em todas as vertentes – carteira de crédito, receitas de
serviços diversos e número de clientes, tendo este último atingido a marca de 16,3 milhões no trimestre”.
Velocidade não é nada sem controle
Segundo Reis, a manobra de reconhecer os créditos inadimplentes revelou uma fragilidade do lado da qualidade de crédito do Inter, “em um já desfavorável momento em que o mercado vem elevando o ceticismo com o case de crescimento sem rentabilidade”.
O analista ressalta que, durante a teleconferência de resultados, o banco apontou que buscará crescer menos na linha de crédito e que está investindo nas áreas de risco e modelagem de crédito.
“O Inter ameniza o amargor do deslize no crédito, mas não consegue deixar de ofuscar alguns excelentes itens de seu resultado, como a redução do Custo de Aquisição de Clientes, o incremento do Take Rate no Inter Shop e a robusta expansão da base de clientes”, diz Reis.
Ele revisou o preço-alvo de R$ 75 para R$ 51, o que ainda representa um potencial de valorização de quase 150%.