Banco do Brasil (BBAS3) sob pressão? Veja o que esperar dos resultados da próxima quarta
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O balanço do terceiro trimestre do Banco do Brasil (BBAS3) trouxe dúvida para investidores, com a ação em forte queda e analistas ressaltando as preocupações com algumas linhas do banco, principalmente em relação à inadimplência do agronegócio.
Apesar disso, a estatal voltou figurar bem nas carteiras de investidores, à medida que o risco de calotes no campo se diluem. Desde as mínimas em janeiro, a ação sobe 24%. Para o quarto trimestre, analistas esperaram números mais dentro da normalidade.
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Apesar disso, a XP diz que o banco terá um trimestre desafiador. O crescimento da carteira de empréstimos total deve ficar próximo ao limite superior da faixa do guidance (entre 8% e 12% ano a ano). Isso deve fazer com que a margem do cliente acelere em relação ao terceiro trimestre e feche o trimestre em alta de 11,1% ano a ano.
“Paralelamente, embora esperemos que a NPL (empréstimos bancários que não foram pagos) continue crescendo (alta de 10 pontos-base sequencialmente para 3,4%), impulsionada pela inadimplência no agronegócio, as provisões devem ficar ligeiramente abaixo da marca de R$ 10 bilhões reportada no trimestre anterior”.
A casa espera ainda que as provisões para o ano terminem acima de R$ 36 bilhões (a faixa do guidance está entre R$ 34 e 37 bilhões). Como resultado, a XP vê lucro líquido de R$ 9,5 bilhões (estável ano a ano e em relação ao trimestre anterior), implicando um retorno de rentabilidade de 21,2% (queda de 50 pontos-base sequencialmente).
Banco do Brasil: Lucros melhores que esperado
Na visão do BTG, sim, a “qualidade dos lucros” provavelmente permanecerá fraca, com provisões elevadas parcialmente compensadas por uma taxa de imposto menor e margem financeira (%) mais elevada.
“No entanto, a perspectiva para o setor de agronegócio em 2025 já parece melhor, suportando as expectativas de crescimento e, portanto, a qualidade dos ativos”.
Além disso, o banco acredita que uma taxa Selic maior cria uma dinâmica mais favorável para a margem financeira com os clientes em 2025, dada a posição de ativos e passivos (ALM) do banco. “Portanto, nossa percepção é que a perspectiva para 2025 também melhorou (ante o final do ano passado)”.
“Apesar de incorporar provisões maiores em nosso modelo, ajustamos para uma taxa de imposto menor de 11% (semelhante ao quarto trimestre de 2023), o que elevou nossa estimativa de lucro líquido do quarto trimestre em 5%, para R$ 9,3 bilhões (queda de 3% no trimestre e 2% no ano), em linha com o consenso”.