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BB (BBAS3): Goldman Sachs vê ‘riscos’ e ROE abaixo de 20%; banco ‘tesoura’ recomendação

06 dez 2024, 13:38 - atualizado em 06 dez 2024, 18:39
Banco do Brasil
(Imagem: Rmcarvalho)

O Banco do Brasil (BBAS3), que já não teve um 2024 de brilhar os olhos, deverá ter um 2025 ainda mais complicado, vê o Goldman Sachs.

Em relatório, o banco cortou a recomendação de compra para neutra, com preço-alvo de R$ 26, o que abre potencial de apenas 3,3%.

Em reação, BBAS3 caiu 2,94%, a R$ 24,73, nesta sexta-feira (6).



Segundo os analistas liderados por Tito Labarta, o cenário não está muito convidativo para a estatal. O Goldman cita três fatores principais.

  1. a deterioração da qualidade dos ativos, particularmente nos empréstimos no agronegócio;
  2. desaceleração no crescimento do RII (resultado de intermediação financeira), pressionada pelos custos de financiamento;
  3. menor contribuição do banco argentino Patagônia;

Não custa lembrar que o BB é o maior financiador do agro brasileiro. No ciclo 2024/2025, destinou R$ 260 bilhões para operações relacionadas ao setor, incluindo custeio, investimento e comercialização.

Os analistas recordam também que o índice de cobertura está próximo das mínimas históricas, o que limita a capacidade do banco na formação de NPL (empréstimos bancários que não foram pagos pelos seus clientes).

“À medida que as recuperações judiciais e as renegociações continuam a aumentar, acreditamos que isso representa um risco de curto prazo para os lucros”, vê.

No acumulado do ano até outubro, o número de RJs no setor mais que dobraram em comparação com o mesmo período de 2023.

BB: ROE abaixo de 20%

Para 2024, o lucro deve crescer 6%, 3% em 2025 e 3% em 2026, porém abaixo da média de Bradesco (BBDC4) (28%), Itaú (ITUB4) (17%) e Santander (SANB11) (14%).

Dessa forma, o ROE, retorno sobre o patrimonio líquido, deverá recuar dos 21% atuais para 19,5% em 2025 e 18% em 2026, abaixo do ‘limite psicológico’ de 20%. A cifra é vista como ‘número mágico’ no mercado.

O Goldman vê o papel do BB negociado a 3,6 vezes o preço sobre o lucro (P/L) e 0,8 o preço sobre valor patrimonial (P/BV), abaixo dos bancos privados, é verdade, mas em linha com o seu histórico.

“Achamos que é improvável que o desconto diminua no curto prazo, dado o crescimento mais contido dos lucros e o declínio do ROE do Banco do Brasil”.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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