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Banco do Brasil isentará clientes de tarifa de cheque especial; analistas não apoiam

26 dez 2019, 10:46 - atualizado em 26 dez 2019, 10:46
Os analistas acreditam que a medida será negativa para o banco, pela queda na margem financeira, porém acreditam que a resposta do BB foi positiva (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Nos primeiros negócios da manhã desta quinta-feira, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) são negociadas com leve alta.

A instituição informou na segunda-feira que seus correntistas não pagarão a tarifa sobre o cheque especial que entrará em vigor em junho do próximo ano. Em nota oficial, a instituição financeira informou que optou pela isenção para os atuais e os novos clientes ao longo de 2020.

Assim, por volta das 10h42, os ativos tinham leve alta de 0,19% a R$ 52,70.

Para a XP Investimentos, a visão era de que a cobrança de tarifas poderia ser complexa, uma vez que poderia deteriorar ainda mais a experiência do cliente, o que é especialmente sensível em um cenário já competitivo com fintechs e novos entrantes.

Os analistas acreditam que a medida será negativa para o banco, pela queda na margem financeira, porém acreditam que a resposta do BB foi positiva. Consumidores são mais resistentes a cobrança de tarifa do que a cobrança de juros no cheque especial, sendo assim, a cobrança de tarifas poderia deixar o BB menos competitivo na atração e retenção de clientes.

Segundo o BB, a medida tem como objetivo fortalecer a relação com os clientes. “A isenção da tarifa no cheque especial demonstra proporcionar a melhor experiência para nossos clientes está no centro da nossa estratégia. A medida demonstra que buscamos cada vez mais aliar a oferta de produtos e serviços de qualidade, com a definição de preços e taxas ainda mais competitivos”, disse o presidente do banco, Rubem Novaes, em nota.

Em novembro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) limitou os juros do cheque especial a 8% ao mês, o equivalente a 151,8% ao ano. Atualmente, a taxa está em 12,4% ao mês, o equivalente a 305,9% ao ano.

O teto dos juros entrará em vigor em 6 de janeiro. Para financiar em parte a queda da taxa, o CMN autorizou as instituições financeiras a cobrar, a partir de 1º de junho do próximo ano, tarifa de quem tem limite do cheque especial maior que R$ 500 por mês. Equivalente a 0,25% do limite que exceder R$ 500, a tarifa será descontada do valor devido em juros do cheque especial.

Cada cliente terá, a princípio, um limite pré-aprovado de R$ 500 por mês para o cheque especial sem pagar tarifa. Se o cliente pedir mais que esse limite, a tarifa incidirá sobre o valor excedente. O CMN determinou que os bancos comuniquem a cobrança ao cliente com 30 dias de antecedência.