Banco do Brasil faz projeções para o PIB brasileiro, com ponderações para o agro; entenda
O Banco do Brasil elevou suas expectativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024. Anteriormente, o Banco apostava em uma expansão de 1,5% neste ano, entretanto, recentes revisões elevaram as expectativas de crescimento para 2%.
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Marcelo Rebelo, economista-chefe do BB, foca nos segmentos de indústria e serviços para suas projeções de curto prazo. Entre os motivos para as revisões altistas do PIB estão:
- avanço nas concessões de crédito, aumento real de salário mínimo, ampliação da massa de salários e redução da taxa de juros Selic, assuntos que estão sendo acompanhados de perto pelos economistas, permitiriam uma maior expansão do crédito e dos investimentos, além de elevar o consumo na economia;
- recursos extraordinários dos precatórios, que dariam um impulso importante no curto prazo, com a liberação de recursos correspondentes a quase R$ 100 bilhões, apesar de o tamanho do impulso na economia ainda ser um cálculo difícil.
O agro favorecerá o PIB brasileiro?
Em 2023, o setor agropecuário mostrou um crescimento de 15,8%, representando 30% do crescimento total do PIB. Entretanto, o caminho do agro em 2024 não parece ser o mesmo do ano passado.
Rebelo destaca que a volatilidade nos números de crescimento trimestral divulgados pelo IBGE, passando de 21%, 12,5% para 20,9%, geram incerteza para o dado que será divulgado no início de junho — data de divulgação do PIB do primeiro trimestre.
“Com a série atual do IBGE e mesmo com a projeção de queda da produção da agropecuária em relação ao mesmo período de 2023, o PIB agrícola teria um crescimento na margem (ou seja, ante o trimestre anterior) acima de dois dígitos”, afirma o economista.
Para ele, a variação de dois dígitos da agropecuária poderia fazer com que o PIB do primeiro trimestre atingisse algo próximo a 2%.
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Rebelo também afirma que apesar das revisões acima do esperado para a produção agrícola de 2024, com retração de 1,7% divulgada pelo IBGE e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção do agronegócio ainda será extremamente robusta, “mas que em 2024 não contribuirá, pelo menos em termos de variação frente ao ano anterior, para o crescimento do PIB”.
Quais serão os destaques para 2024?
O Banco do Brasil aponta que setores mais cíclicos da economia se destacarão, como a indústria e os serviços, assim como o consumo e o investimento.
Em relação à indústria, o economista-chefe destaca a recuperação dos segmentos mais sensíveis ao ciclo das condições financeiras, como os setores da manufatureira e da construção civil, apontando que a indústria extrativa mineral também deve continuar em expansão relevante.
“Podemos ter um crescimento menor em 2024, mas com certeza será um desempenho mais saudável e balanceado do que no ano anterior”, finaliza Marcelo.