Banco do Brasil (BBAS3) vira foguete e salta quase 10% na semana com ‘fator Bolsonaro’
O Banco do Brasil (BBAS3) subiu forte na sessão desta quinta-feira (20) com os mercados repercutindo a disputada mais acirrada entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A ação fechou a R$ 43,60, alta de 4,68%. Nos últimos cinco pregões, a ação disparou 9,93%.
O papel é apontado como um dos que ganham com a eleição de Bolsonaro, já que os mercados alimentam uma esperança de privatização da companhia.
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O ex-presidente Lula manteve 49% das intenções de voto no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, enquanto o presidente Bolsonaro oscilou 1 ponto para cima e foi a 45%, apontou o Datafolha.
Como a pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais, a diferença entre os candidatos está no limite da margem de erro, apontou o levantamento divulgado na véspera, após o fechamento da bolsa.
No tópico rejeição, 50% disseram que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum, ante 51% na pesquisa anterior, e 46% disseram o mesmo sobre Lula, mesmo patamar anterior.
Para estrategistas do Citi, a pesquisa fornece novas evidências de uma corrida presidencial mais acirrada e reforça a percepção da equipe do banco de que a rejeição é o que mais importa no segundo turno.
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Filipe Fradinho, analista gráfico da Empiricus Investimentos, diz que a ação rompeu o topo do ano, que era na casa R$ 43,34.
“A expectativa é que bata na máxima histórica (R$ 46,18), uma alta de 6%. Chegando lá, pode ser que tenha uma travada”, completa.
Banco do Brasil na cesta Bolsonaro
A Genial acredita que o grande desconto de valuation entre ações do Banco do Brasil e dos bancos privados deve fechar num cenário em que o Bolsonaro vença as eleições, por causa da continuidade da atual gestão.
“O BB vem consistentemente melhorando sua rentabilidade nos últimos anos. Isso significa um Retorno sobre Patrimônio (ROE) no patamar de 20% e crescimento de lucro acima de 10% na comparação anual. Depois de muitos anos rodando com um ROE e capital bem abaixo de seus pares, a melhora operacional finalmente o colocou na mesma liga dos bancos privados em níveis de rentabilidade”, avaliam.
Os analistas ainda destacam que o Banco do Brasil segue “bem descontado em relação a seus pares, muito por causa do risco político de mudança no comando e medo de ingerência no banco”.
Por fim, a corretora ressalta que desde 2015 e 2016, a gestão do BB fez um “trabalho memorável” em melhorar a rentabilidade e capital do banco.
Em caso de reeleição de Bolsonaro, seria provável que o time de gestão permaneça o mesmo, diminuindo a incerteza sobre a mudança da estratégia e destravando valor para a ação.
Mais um trimestre memorável
Analistas do mercado antecipam uma temporada de resultados mista para os bancos brasileiros.
O BB é, junto com a B3 (B3SA3), top pick do BBA entre as large caps do setor bancário. Apesar da exposição a fatores exógenos, como o risco-país, a empresa conta com um ponto reconfortante, que é a manutenção de seus resultados fortes.
“Esperamos que o Banco do Brasil reporte mais uma vez os melhores resultados em nossa cobertura de grandes bancos, com lucro líquido de R$ 7,9 bilhões e ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 20%”, comenta o BBA.
Paulo Albuquerque, analista e sócio da Quantzed, avalia que o Banco do Brasil é um forte candidato a ser o destaque positivo nesta nova temporada.
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“O presidente do BB afirmou desde a teleconferência de resultados do primeiro trimestre de 2022 que iria fechar o gap de rentabilidade com os pares privados. O que se vê é que ele prometeu e entregou”, defende.
Albuquerque reforça que, para o Banco do Brasil, não é um mero jogo de “empatar” com os pares privados. O especialista cita o forte comprometimento da administração em transformar a companhia no banco mais lucrativo do país, com promessa de maiores pagamentos de dividendos.
Com Diana Cheng, Giovana Leal e Reuters
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