Banco do Brasil (BBAS3): Por que analistas não veem números brilhantes no 3T24
O Banco do Brasil (BBAS3) vai fechar os resultados dos bancões no terceiro trimestre com a expectativa de entregar números mais fracos do que em trimestres passados.
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Segundo analistas, o problema é o mau momento vivido no agronegócio brasileira. A queda dos preços dos grãos trouxe dificuldades para produtores, além de impactar empresas, como AgroGalaxy (AGXY3) e Portal Agro, que entraram em recuperação judicial.
Enquanto isso, os pedidos recuperação judicial para produtores cresceram 256% em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados da Serasa.
Para a Genial, o BB deve registrar lucro de R$ 9,4 bilhões no terceiro trimestre, expansão anual de 7,5%, mas leve retração de 0,6% em relação ao último trimestre, devido ao aumento no provisionamento no segmento rural.
Apesar da expansão, a corretora diz que o banco pode ter impactos financeiros negativos devido ao aumento na inadimplência — especialmente no setor agropecuário — baseado nos dados de crédito do Banco Central, referentes a agosto de 2024.
”Acreditamos que pressionará as despesas com provisões para devedores duvidosos”, disse a corretora.
A casa estima ROE de 20,5%, com uma leve retração de 0,61 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e -0,33 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.
A XP engrossa o coro ao afirmar que espera um trimestre desafiador para a estatal.
“O Plano Safra foi adiado e só começou em setembro. Embora isso possa ser compensado no 4º trimestre, espera-se que o crescimento do 3º trimestre seja afetado. É esperado que o nível de provisões aumente, refletindo a deterioração da carteira rural”.
Por outro lado, afirma, o início do ciclo de aumento das taxas de juros domésticas deve beneficiar a margem financeira (NII) do banco.
Resultados não recorrentes do Banco do Brasil
Já o Safra recorda que os últimos resultados do BB foram, em parte, impulsionados por negócios não recorrentes, como os números do Banco Patagônia.
No terceiro trimestre, especialmente no segmento de agronegócio, o banco vê pressão sequencial de tendências mais fracas de receita e qualidade de ativos.
“Originação menor do que o esperado no plano de safra de 2024–25 em comparação com o ano passado, sem mencionar os importantes a Agrogalaxy, nos levaram a reduzir nossa estimativa de lucro para R$ 9,340 bilhões (20,9% ROE), em linha com o consenso”.