Banco do Brasil (BBAS3) teria o maior lucro do setor se não fosse pela Americanas (AMER3), dizem analistas; entenda
Investidores repercutem nesta quinta-feira (9) os resultados do Banco do Brasil (BBAS3). Com lucro líquido de R$ 8,78 bilhões, a companhia aparentemente não agradou os investidores, que estão penalizando as ações nesta quinta-feira (9), com uma queda superior a 2%.
O resultado também não atingiu a expectativa de analistas. A Genial Investimentos, por exemplo, viu a última linha do balanço da empresa ficar abaixo das projeções, interrompendo a sequência de crescimento trimestral.
No entanto, a corretora destaca que o resultado permanece sólido. A instituição menciona o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do trimestre de 20,8%, o que coloca o BB em nível semelhante ao Itaú (ITUB4) e à frente de Bradesco (BBDC4) e Santander Brasil (SANB11) em termos de rentabilidade.
Para o Bradesco BBI, o Banco do Brasil registrou outro trimestre sólido, com crescimento ainda robusto da margem financeira (acima de 20% em base anual) e melhoria significativa na qualidade dos ativos de pessoas físicas, o que pode apontar para uma potencial aceleração gradual no segmento.
- R$ 2,25 bilhões em dividendos e JCP: Vale a pena ter as ações do Banco do Brasil para embolsar os proventos? Confira a recomendação da analista Larissa Quaresma no Giro do Mercado desta quinta-feira (9):
Então… o que aconteceu?
As ações do Banco do Brasil recuavam 2,83% por volta das 12h19 desta quinta. O setor bancário, no geral, enfrenta um pregão de baixa, mas o BB se sobressai.
Na avaliação da Genial, o terceiro trimestre foi negativamente afetado pela necessidade de provisões adicionais para os “créditos problemáticos” relacionados à Americanas (AMER3), resultando em aumento de R$ 507 milhões nas despesas de provisões para devedores duvidosos (PDD).
“Caso não fosse pelo impacto causado pela varejista, acreditamos que o Banco do Brasil teria potencial para apresentar o maior lucro entre os grandes bancos, competindo diretamente com o Itaú pelo título nesse trimestre”, afirma.
Em paralelo, o BBI menciona que a inadimplência corporativa se deteriorou mesmo excluindo os impactos de “um caso específico”, mas principalmente devido ao segmento de PME (pequenas e médias empresas), que permanece abaixo da média histórica e deve normalizar gradualmente para níveis pré-pandemia.
Enquanto isso, a XP Investimentos afirma que, apesar do aumento das provisõ, o índice de cobertura continua saudável.
Considerando os resultados acumulados dos primeiros nove meses de 2023, o Banco do Brasil está caminhando bem para cumprir o seu guidance, acrescenta a corretora.
Por que comprar BBAS3?
Analistas seguem otimistas com a ação. Para a XP, mesmo com a alta em 2023, o Banco do Brasil está “altamente descontado”, com valuation atrativo de 4,4 vezes preço/lucro para 2024. Portanto, a recomendação da casa é de compra, com preço-alvo ao fim de 2024 de R$ 61.
Para a Genial, a recomendação de BBAS3 também é digna de compra pelos múltiplos atrativos. O preço-alvo para ano que vem é de R$ 64,90, com um dividend yield (rendimento do dividendo) “interessante” de 10,39%.
O BBI também tem recomendação de compra para Banco do Brasil. Os analistas reconhecem que os spreads registraram números sólidos, enquanto as despesas operacionais foram controladas.