Banco do Brasil (BBAS3): Sai Bolsonaro e entra Lula e nada mudou no resultado?

O trimestre do Banco do Brasil (BBAS3), o primeiro da nova gestão de Tarciana Medeiros, indicada pelo presidente Lula, agradou analistas da XP, que veem o banco iniciando o ano com o pé no acelerador.

Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre dizem que a estatal, por mais um trimestre consecutivo, conseguiu mostrar perfil defensivo de sua carteira, com índice de inadimplência de 2,6% (alta de 11 pontos-base), muito abaixo de seus pares.

O trio destaca que a inadimplência aumentou sequencialmente, porém em um ritmo mais lento (11 pontos-base em comparação com 17 pontos-base no quarto trimestre). “Mais uma vez, o BB se posicionou com a menor taxa de inadimplência entre os bancos incumbentes”, destacam.

O BB registrou ainda um índice de cobertura de 202,7% (queda 24,4 pontos-base no trimestre), “que ainda consideramos saudável”.

“Vale ressaltar que, no trimestre, os resultados financeiros do BB foram impactados pela renegociação da dívida de um cliente específico, em um processo de reorganização judicial desde 2019. Desconsiderando esse efeito, o índice de cobertura seria de 213,3% (queda de 13,8 pontos-base no trimestre)”, colocam.

A margem financeira somou R$ 21,2 bilhões, no que a XP classificou como sólido, impulsionado pelas receitas de operações de empréstimo, beneficiadas pelo crescimento e reprecificação da carteira de empréstimos.

Mesmo assim, o trio nota que o Banco do Brasil manteve suas estimativas para 2023, o que, “dada a atual velocidade, nos leva a crer que os resultados possam desacelerar nos próximos meses”.

No entanto, isso não enfraquece a visão positiva da corretora sobre a estatal. A XP espera uma reação positiva das ações. A recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 61.