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Banco do Brasil (BBAS3): O remédio para um 3T22 forte e melhor do que a concorrência

10 nov 2022, 13:33 - atualizado em 10 nov 2022, 13:35
Banco do Brasil
Carteira de crédito cresceu 5% na comparação trimestral, puxada pelo agronegócio. (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

Destoando dos outros bancos que já divulgaram os balanços do terceiro trimestre de 2022 (3T22), o Banco do Brasil (BBAS3) entregou números acima das expectativas do mercado.

Com um salto de 62,7% no lucro ajustado, um dos remédios para um trimestre forte foi, principalmente, o impulso do agronegócio, destacam os analistas.

O resultado do Banco do Brasil foi puxado pelo bom crescimento da margem financeira de juro, a melhora do desempenho das receitas de serviços, e o controle de despesas em linha com a inflação.

De negativo, a inadimplência atingiu 2,34%, principalmente devido ao aumento da inadimplência em linhas mais arriscadas de pessoa física (PF). Entretanto, o aumento foi mais do que compensado pelo crescimento dos spreads.

Apesar de otimistas quanto a continuidade da performance positiva de Banco do Brasil, os analistas mostram preocupação em relação às incertezas de um novo governo. A Empiricus, por exemplo, reiterou preferência por Itaú (ITUB4) dentre os grandes bancos brasileiros.

Genial e Ativa seguiram com compra de BBAS3, com preços-alvo de R$ 50,00 e R$ 53,70, respectivamente. Negociando a 3,1x P/L 2023E e 0,64x P/VP 20223, os múltiplos do BB “são muito atraentes”, diz a Genial. Além disso, os analistas estimam um “generoso” dividend yield de 13% em 2023.

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3T22 forte

O bom desempenho na margem financeira bruta se deu pelo ganho de spread, fruto principalmente da diferença no mix, com o Banco do Brasil sendo mais agressivo em linhas de maior relação risco e retorno, segundo Pedro Serra, da Ativa.

Além disso, destacase também o bom desempenho da tesouraria, segundo ele. Com isso, o consolidado somou R$ 19,5 bilhões, um avanço trimestral de 14%.

A receita de serviços, de R$ 8,5 bilhões, cresceu 9% contra o trimestre anterior. O bom desempenho veio das receitas de administração de fundos (+15%) e de seguros, previdência e capitalização (+14%), explica a analista da Empiricus Investimentos, Larissa Quaresma.

As despesas administrativas, por sua vez, tiveram um crescimento comportado e abaixo das receitas, mesmo com o reajuste salarial de 8% aplicado durante o trimestre. A linha cresceu 1,4%, para R$ 8,4 bilhões.

Com isso, o índice de eficiência, que relaciona as despesas administrativas com a receita total, atingiu o melhor patamar da história, de 31,6%.

Além disso, a melhoria de 10% no resultado das participações em outras empresas ajudou a produzir um lucro líquido de R$ 8,4 bilhões (+7%), com retorno sobre patrimônio líquido de 21,5%.

Ainda, a companhia revisou para melhor sua projeção de resultado para o ano fechado: o lucro líquido agora é esperado em R$ 31,5 bilhões, 11% acima da previsão original — segunda vez no ano que o BB melhora a estimativa.

Agro foi destaque

A carteira de crédito do Banco do Brasil teve um crescimento de 5% na comparação trimestral, puxada pelo agronegócio (+9%), explica a analista da Empiricus. O Banco do Brasil fechou o trimestre com uma carteira de crédito de R$ 969 bilhões.

Eduardo Nishio e Wagner Biondo, da Genial, destacam que o resultado do crédito agrícola é consequência do avanço do Plano Safra 22/23, o qual o banco estima direcionar R$ 200 bilhões por meio desse programa.

A predominância cada vez maior do agronegócio no total — agora 30% da carteira — ainda ajudou a amortecer o impacto da inadimplência, que cresceu de forma sistêmica no país. O índice de empréstimos atrasados há mais de 90 dias atingiu 2,34% da carteira de crédito total, aumento trimestral de 0,34 ponto percentual.

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