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Banco do Brasil (BBAS3): O atrativo combo que não pode ser ignorado, segundo BTG

21 nov 2023, 14:10 - atualizado em 21 nov 2023, 14:10
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Banco do Brasil está com valuation atraente e é uma boa pagadora de dividendos, diz BTG (Imagem: Kaype Abreu/Money Times)

A ação do Banco do Brasil (BBAS3) andou pouco nas últimas semanas, se comparada com os papéis dos pares privados. Porém, o investidor deve considerar o fraco desempenho recente como uma janela de oportunidade, afirma o BTG Pactual.

Nos últimos 30 dias, a companhia estatal registrou uma valorização de aproximadamente 3%. O período foi marcado pela divulgação da temporada de resultados do terceiro trimestre do ano, quando a empresa reportou lucro de R$ 8,78 bilhões, frustrando expectativas de parte do mercado.

O mercado começou a levantar a ideia de que o Banco do Brasil atingiu o pico de lucro, enquanto sua exposição ao Banco Patagônia, na Argentina, ao Previ e ao segmento agro (que sofre com a atual onda de calor) são riscos para a tese.

Porém, o BTG defende que o movimento tímido das ações nos últimos dias abriu uma janela para os investidores aumentarem posição ou adicionar o nome na carteira.

Mapeando os riscos do investimento

O Banco do Brasil apresentou resultados decentes no terceiro trimestre, na avaliação do BTG, apesar da desaceleração de receitas relacionadas a Previ (mas a um nível mais normalizado) e do aumento na inadimplência do segmento agro em função da desaceleração da carteira.

Conforme o cenário começa a se normalizar, a inadimplência do agro deve flutuar em torno de 0,7-1%, avaliam os analistas.

No caso do Banco Patagônia, a vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais da Argentina e um ambiente macro desafiador no país vizinho levantam preocupações em relação aos potenciais impactos do Banco do Brasil.

No entanto, o BTG destaca que o Patagônia representa apenas 1,9% do patrimônio do BB. Inclusive, em relatório recente, a Ágora Investimentos diz esperar ver em 2024 contribuições mais baixas do banco argentino para a companhia.

Na avaliação do BTG, a receita de margem financeira do Banco do Brasil tem espaço para crescer em linha (ou um pouco abaixo) com a carteira de crédito no próximo ano.

“Apesar dos impactos, […] os custos de captação do Banco Patagônia também deverão se beneficiar de uma maior desvalorização do ARS/BRL (compensando parcialmente o impacto sobre os títulos do Tesouro), e os custos de captação do BB também diminuirão com uma taxa Selic mais baixa”, afirma.

“Além disso, o BB pode compensar parte dessa exposição com maiores receitas de crédito, que geralmente ganham força em cenários de taxas de juros mais baixas”, completa a instituição.

Dividendos + valuation atrativo = compre a ação

O BTG defende que o Banco do Brasil ainda é uma tese atraente pelo combinação de valuation e dividendos.

Segundo a instituição, BBAS3 não é mais uma ideia tão óbvia comparada com o início do ano, com as ações acumulando em 2023 uma valorização de 46%.

Ainda assim, a ação é negociada com múltiplo “muito atraente” de 3,9 vezes P/L (preço sobre lucro) para 2024 e com um dividend yield acima de 10% (e potencialmente maior, caso o pagamento de dividendos aumente para 50%), defendem os analistas.

O BTG avalia que, considerando aumentos de 0%, 5% ou 10% para os lucros no próximo ano devido aos riscos já mencionados acima, o Banco do Brasil ainda deve apresentar um balanço patrimonial forte.

A instituição acredita que o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) terá um ritmo mais lento de queda do que o mercado está prevendo, tornando o “múltiplo muito baixo” e o “alto ROE/dividendos” uma combinação “muito potente para ser ignorada”.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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