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Banco do Brasil (BBAS3): Lula é risco para ação? Papéis voltam a cair

18 ago 2022, 18:34 - atualizado em 18 ago 2022, 18:34
As ações fecharam em queda de 2,31%, a R$ 41,82 (Imagem: Agência Brasil)

A ação do Banco do Brasil (BBAS3) voltou a cair nesta quinta-feira (18). A queda ocorre um dia depois do ex-presidente e atual candidato à presidência da República Lula, que lidera as pesquisas, falar que o banco precisa “ser enquadrado”.

As ações fecharam em queda de 2,31%, a R$ 41,82.

O Itaú Unibanco (ITUB4) também caiu, mas em menor nível — 0,29%, a R$ 27,27. Já o Bradesco (BBDC4) e o Santander (SANB11) subiram 0,61% e 1,06%, respectivamente.

Em evento para empresários ocorrido na última quarta, Lula afirmou que o Banco do Brasil parece “bonzinho” se tiver orientação governamental.

“Porque, se não tiver orientação, a burocracia do Banco do Brasil age como banco privado. Pensa como banco privado. Então, é preciso que a gente enquadre o Banco do Brasil”, colocou.

Lula lidera as intenção de votos. Segundo a pesquisa Ipec, divulgada na última segunda-feira (15), o ex-presidente possui 44% das intenções de voto, seguido do presidente Jair Bolsonaro (PL), com 32%.

No chamado segundo pelotão, a pesquisa traz o candidato do PDTCiro Gomes, com 6%, e a senadora Simone Tebet (MDB), que registrou 2% da preferência dos entrevistados.

O Banco do Brasil teve lucro recorde de R$ 7,8 bilhões, mais do que o Itaú e o Bradesco, o que fez a ação ganhar fôlego. No ano, o papel sobe 45%, a R$ 41,82.

Risco ou retórica política?

Os analistas ouvidos pelo Money Times se dividem sobre o real risco para ações do Banco do Brasil em um eventual governo Lula.

Para João Abdouni, da Inv, esse risco existe. “Nós não temos recomendação para o banco neste momento por conta disso”, coloca.

Na visão dele, outras empresas, como Bradesco e Itaúsa (ITSA4), estão atrativas e sem o risco político.

Já Sidney Lima, analista da Top Gain, expõem que é natural que, na largada, haja um estilo de narrativa bem agressivo.

“É uma característica muito forte dessa ala mais de esquerda, com essas narrativas mais populistas. Isso super cabe no contexto da pauta que o PT, através do candidato Lula, defende. Menos uma instituição pública, no sentido de menos empresa, e mais social”, coloca.

Para ele, no entanto, isso não passa de uma narrativa política.

“Eu particularmente acho que não é uma ameaça, pois existe uma lei por trás (Lei das Estatais). Mesmo que o Lula ganhe, não veríamos uma mudança no estilo e no foco do Banco do Brasil. Eu continuo com recomendação de compra para o papel”, observa.

Ele diz ainda que a instituição é uma excelente companhia, “um negócio bom e sólido”.

“Se a gente colocar entre os bancos que competem, ele é um dos destaques e tem múltiplos muito atrativos”, destaca.

BNDES vs. BB

Lula também defendeu que o Banco do Brasil precisa se adaptar à função social do BNDES para priorizar o financiamento de pequenas empresas.

“Eles [os bancos públicos] têm que prestar uma função social a esse país. Da mesma forma, o BNDES. Vai ter que deixar de fazer empréstimo para grandes empresas e se dedicar para emprestar para pequenos e médios empresários”, afirmou.

Lima, porém, contesta a afirmação.

“A atividade fim do BNDES não é atividade fim do Banco do Brasil. O BNDES é um banco de desenvolvimento, então ele tem outra função e outro propósito. Já o Banco do Brasil, ele compete de igual para igual com outros bancos. É outro estilo operacional, inclusive outro estilo de negócios”, diz.

Por fim, o analista lembra que o Banco do Brasil é um banco de economia mista, ou seja, também possui compromisso com seus investidores.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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