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Banco do Brasil (BBAS3) lucra R$ 9,5 bilhões no 3T24, alta de 8,3% e acima do esperado

13 nov 2024, 18:44 - atualizado em 13 nov 2024, 21:02
banco do brasil - bbas3
(Imagem: Agência Brasil)

O Banco do Brasil (BBAS3) terminou o terceiro trimestre de 2024 com lucro líquido ajustado de R$ 9,5 bilhões, alta de 8,3% ante o mesmo período do ano passado, mostra documento enviado ao mercado nesta quarta.

O número ficou acima da expectativa da Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 9,3 bilhões.

Uma junção de crescimento da margem financeira bruta (+1,3%) e das receitas com prestação de serviços (+2,8%), acompanhado pelo controle das despesas administrativas (+1,4%), ajudou a impulsionar os números, segundo a estatal.

Apesar disso, após trimestres consecutivos de alta, o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) perdeu força e caiu para 21,1%, ante os 21,3% do ano passado e 21,6% do trimestre passado.

Mesmo assim, a estatal encerra a safra de resultados dos bancões com o segundo maior ROE (retorno sobre o patrimônio líquido), atrás do Itaú (ITUB4), que finalizou o período com rentabilidade de 22,7%.

O BB segue na frente do Santander (SANB11), com ROE de 17%, enquanto o Bradesco (BBDC4) continua na lanterninha, com ROE de 12,4%.

“Temos reforçado, trimestre a trimestre, o compromisso desta gestão com a adição de valor aos nossos acionistas, clientes, fornecedores, funcionários e toda a sociedade brasileira. Isso está traduzido em números na Demonstração do Valor Adicionado que totalizou 63,4 bilhões de reais”, disse a CEO, Tarciana Medeiros.

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Indicadores

A margem com o cliente, que teve retração trimestre passado, se recuperou e somou R$ 20,5 bilhões, alta de 4,8%, influenciada, principalmente, pelo mix de funding com participação relevante de poupança e depósitos judiciais, somado à margem de crédito. No ano, a alta foi de 1,1%.

A margem financeira bruta cresceu 9,3% ano a ano, para R$ 25,9 bilhões, com salto de 63,3% na margem com mercado e avanço de 1,1% na margem com clientes. A margem líquida, porém, encolheu R$ 2,3% na comparação anual, a R$ 15,8 bilhões.

As receitas com prestação de serviços ficaram em R$ 9,1 bilhões, aumento de 2,8% em relação ao trimestre anterior, influenciadas pelas linhas de administração de fundos (+5,1%), de seguros, previdência e capitalização (+6,9%) e consórcios (+4,7%). 

No ano, houve crescimento de 4,8% influenciado principalmente pelo desempenho positivo nas linhas de administração de fundos (11,6%), de seguros, previdência e capitalização (10,6%), consórcios (19,1%), além de rendas do mercado de capitais (34,0%).

A carteira de crédito ampliada, que inclui títulos e valores mobiliários privados e garantias, registrou saldo de R$ 1,2 trilhão em setembro de 2024, alta de 13% na comparação dos últimos 12 meses e 1,9% na comparação com junho de 2024.

No caso da pessoa física, houve aumento de 2,3% no trimestre e 7,9% no último ano, alcançando R$ 328,3 bilhões, com destaque para a carteira de crédito consignado.

A carteira de agronegócio, que serve com âncora para o balanço, alcançou R$ 386,6 bilhões em setembro, crescimento de 3,1% no trimestre e 13,7% nos últimos 12 meses. 

Inadimplência e despesas do Banco do Brasil

Apesar disso, o banco viu as despesas administrativas totalizaram R$ 9,4 bilhões, aumento de 1,4% em relação ao trimestre anterior, reflexo da elevação de 3,8% em outras despesas administrativas e pelo acréscimo de 0,1% em despesas de pessoal.

O índice de inadimplência de 90 dias também mostrou piora, finalizando setembro em 3,3%, contra 2,8% do mesmo período do ano passado.

Destaque para o índice de inadimplência do crédito agro, que subiu 65 bps (pontos-base) no trimestre, impactado por questões conjunturais que afetaram o fluxo de caixa do produtor rural, majoritariamente na cultura da soja.

A provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD), espécie de proteção contra calotes, ampliada aumentou em 34,2%, para R$ 10 bilhões, “explicado, principalmente, pela elevação da inadimplência no segmento agro”, segundo o banco.

Ou seja, o BB vai na contramão de seus pares, que ou tiveram queda na inadimplência, ou se mantiveram estáveis nos indicadores.

Revisão do guidance do BB

Em meio à piora para o cenário, o BB elevou a projeção (guidance) provisionamento desde ano da faixa de R$ 34 bi a R$ 31 bi para R$ 37 bi a R$ 34 bi.

No agro, a queda dos preços dos grãos trouxe dificuldades para produtores, além de impactar empresas, como AgroGalaxy (AGXY3) e Portal Agro, que entraram em recuperação judicial.

Enquanto isso, os pedidos recuperação judicial para produtores cresceram 256% em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados da Serasa.

Por outro lado, o banco espera diminuis as despesas administrativas, passando de 6% a 10% para 5% a 7%.

Veja abaixo:

O banco também distribuirá R$ 2,7 bilhões em juros sobre o capital próprio, mostra documento enviado ao mercado nesta quarta-feira.

Segundo o comunicado, o valor será pago em 6 de dezembro, considerando a posição acionária de 25 de novembro, sendo as ações negociadas “ex” a partir de 26 de novembro.