Banco do Brasil (BBAS3) e o destaque negativo do balanço do 4T23, segundo analista
O Banco do Brasil (BBAS3) conseguiu entregar resultados em linha com o esperado, de acordo com Leonardo Piovesan, analista fundamentalista da Quantzed, em leitura preliminar pós-balanço.
O especialista destaca, no entanto, que a reação do mercado no próximo pregão pode não ser tão positiva, considerando a valorização recente das ações.
Além disso, Piovesan aponta para um destaque positivo e outro negativo dentro do balanço.
Do lado positivo, o crescimento da margem financeira bruta (+27,4%) contribuiu para que o lucro líquido ajustado totalizasse, no ano cheio de 2023, recorde R$ 35,6 bilhões.
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Do lado negativo, o analista destaca o aumento das provisões.
A PCLD (provisão para crédito de liquidação duvidosa) ampliada totalizou R$ 9,98 bilhões no quarto trimestre do ano passado, salto de 52,8% em base anual. No acumulado em 2023, o crescimento foi de 82,3%, a R$ 30,5 bilhões.
A linha acabou superando o guidance previsto para o ano, algo que o mercado não estava esperando, destaca Piovesan.
O especialista diz, no entanto, que o indicador de inadimplência segue comportado, conforme esperado.
Ao fim do quarto trimestre de 2023, o índice de inadimplência INAD+90d (relação entre as operações vencidas há mais de 90 dias e o saldo da carteira de crédito classificada) subiu para 2,92%.
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Acima dos pares
Jadye Lima, da WIT Invest, em leitura também preliminar sobre o balanço do Banco do Brasil, diz que a estatal entregou resultados consistentes mesmo em meio a ruídos políticos (primeiro ano do terceiro mandato de Lula).
Segundo a economista e assessora de investimentos, é possível observar quatro pontos interessantes:
- lucro;
- carteira de crédito;
- despesas; e
- inadimplência.
O lucro de R$ 9,44 bilhões no quarto trimestre do ano passado superou as expectativas do mercado, graças ao aumento do volume e das taxas de empréstimos e receita dos juros em tesouraria, destaca.
A carteira de crédito conseguiu crescer em base anual, com ênfase para o avanço do segmento pessoa física.
No caso das despesas administrativas, que subiram a R$ 9,3 bilhões, a especialista chama atenção para o impacto advindo com despesas de pessoal.
Lima levanta que, enquanto outras empresas do setor estão reduzindo quadro de funcionários, o banco terminou o ano com mais colaboradores e agências.
“Olhando para o conjunto de informações o resultado deve ser lido de uma forma positiva”, reforça. “Um indicador bastante olhado por investidores, o ROE subiu de 21,6% para 22,5%, colocando o retorno sobre o patrimônio líquido do BB como o maior quando comparados com bancos pares.”