Banco do Brasil (BBAS3): É hora de comprar na baixa após queda de 26%? JPMorgan responde

A recente queda de 26% das ações do Banco do Brasil (BBAS3) levantou uma dúvida entre os investidores: é hora de comprar um banco que, por muitos trimestres, foi considerado uma das melhores ações da Bolsa?
No entanto, relatório do JPMorgan joga água fria nessa tese. O banco reduziu o preço-alvo de R$ 31 para R$ 28, o que representa um potencial de alta de 28% em relação ao fechamento, mas manteve a recomendação em neutra.
Os analistas são diretos: problemas de qualidade dos ativos — especialmente na carteira rural — costumam demorar para serem resolvidos. Ou seja, apostar agora em uma recuperação pode ser arriscado.
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Segundo o JPMorgan, embora a volatilidade eleitoral de 2026 possa ser um catalisador, a casa prefere adotar uma postura mais cautelosa.
“Preferimos ficar de fora e aguardar mais visibilidade após o segundo trimestre de 2025, quando o tom da recuperação deverá estar mais claro.”
Vale lembrar que uma eventual mudança de governo costuma ser bem recebida pelo mercado — e isso já começa a entrar no radar dos investidores.
Na última terça-feira, uma pesquisa do Instituto MDA mostrou que mais eleitores estariam dispostos a votar em Jair Bolsonaro ou em um candidato apoiado por ele, do que em Lula ou num nome indicado pelo atual governo.
Outro argumento que poderia sustentar a tese de compra é o nível elevado de posições vendidas (short) no papel.
Ou seja, se houver qualquer sinal de melhora, a ação poderia disparar em função do fechamento dessas posições.
Contudo, o JPMorgan avalia que isso, isoladamente, não é suficiente para sustentar uma visão positiva.
Revisões para baixo
Diante desse cenário, o banco cortou a projeção de lucro para 2025, que passou de R$ 37,9 bilhões para R$ 25 bilhões — uma queda de mais de R$ 10 bilhões.
O relatório também alerta que os resultados do primeiro trimestre aumentaram as incertezas sobre a sustentabilidade dos lucros, com destaque negativo para a carteira rural.
Além disso, o atual payout — percentual dos lucros distribuído aos acionistas na forma de dividendos — pode se tornar insustentável, considerando tanto o crescimento da carteira quanto a pressão sobre o capital.
A expectativa de payout foi reduzido para 30%, contra expectativa anterior de 40-45%, para proteger o capital.
O ROE, retorno sobre o patrimônio líquido, também deve sofrer.
A projeção ajustada para o primeiro trimestre de 2025 é de 13%, bem abaixo da média histórica do banco, que gira entre 20% e 22%.