Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) ou Santander (SANB11)? Qual ‘bancão’ vai se destacar no 3T23
Os bancos brasileiros devem ver um alívio nos resultados do terceiro trimestre (3T23), avaliam analistas. Apesar disso, o mercado terá um déjà vu em relação aos ‘bancões’, com Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) sendo os destaques positivos e Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) na outra ponta.
Bernardo Guttmann e a equipe da XP Investimentos avaliam as incertezas regulatórias e políticas que surgiram no trimestre podem ter afetado a ação dos preços do setor. No entanto, destacam que os fundamentos dos bancos seguem sólidos.
Além disso, os analistas ressaltam que as carteiras de crédito devem crescer de forma saudável e as taxas de inadimplência devem mostrar aumentos lentos, indicando um eventual pico.
Pedro Leduc e o time do Itaú BBA ainda afirmam que, após um fraco primeiro semestre fraco para as carteiras corporativas e individuais, a qualidade do crédito começará a melhorar nas linhas, apesar da persistente deterioração nas empresas.
Os bancões no 3T23
No geral, os analistas avaliam que, apesar da forte base de comparação, Banco do Brasil e Itaú devem manter a tendência positiva no crescimento da carteira de crédito e no aumento marginal das taxas de inadimplência. Tanto a XP quanto a BBA têm preferência por Banco do Brasil no setor.
Por outro lado, os analistas antecipam um 3T23 decepcionante para Santander e Bradesco. Ambos devem ser afetados por maiores provisão para devedores duvidosos (PDDs) e lucro líquido de juros (NII) com o mercado mais fracos.
Banco do Brasil
Os analistas da XP esperam que o crédito rural continue forte por mais um trimestre, apoiando um crescimento sólido na carteira de empréstimos.
Como resultado, eles esperam que o lucro líquido de juros aumente 21%, apesar de uma receita de tesouraria mais fraca.
A taxa de inadimplência deve permanecer estável em 2,7%, que ainda é a mais baixa entre os pares e reflete a natureza defensiva da carteira.
Em termos de lucro líquido de operações contínuas, a XP projeta R$ 9 bilhões para o trimestre, um aumento de 8%. O BBA é mais conservador e espera lucro de R$ 8,9 bilhões.
Itaú
O Itaú deve reportar um crescimento de um dígito na carteira de crédito, impulsionado por linhas de crédito relacionadas ao consumo, destaca a XP. O lucro de juros deve continuar a se beneficiar do aumento nessa carteira, com alta de 13%.
Além disso, os analistas esperam um aumento marginal na inadimplência, atingindo um nível ainda saudável de 3,1%.
O lucro líquido recorrente deve ser de R$ 9,1 bilhões no trimestre (+12%), resultando em um ROE de 21,9%. “No geral, não antecipamos nenhuma surpresa significativa no trimestre”, dizem Guttmann e equipe da XP.
Santander
Em relação ao Santander, a XP espera um aumento de 8,9% na carteira de crédito, já que o apetite de risco do banco continua limitado. O NII deve ter crescimento de 12%.
“Essa performance ainda é afetada negativamente por um NII mais baixo nas atividades de mercado, e a margem de NII no segmento de mercado deve equilibrar apenas em 2024″, avaliam os analistas da casa.
A inadimplência deve ser marginalmente menor, em 3,2%, levando a um lucro recorrente de R$ 2,5 bilhões e ROE de 11,8%.
Os analistas do BBA destacam que a recuperação do Santander deverá estar alguns passos à frente, mostrando sinais iniciais de crescimento em linhas de clientes mais arriscados e redução de NPL.
Bradesco
Para a XP, o Bradesco deve ver crescimento de 1,6% na carteira de empréstimos no trimestre. Já em relação ao NII, espera-se uma melhora mais significativa, de 10%, impulsionado por uma margem mais forte com os clientes.
Na frente de inadimplência, o banco deve atingir 6,2%, pelo segundo trimestre consecutivo, imprimindo um aumento mais lento.
Como resultado, o Bradesco deve relatar outro trimestre de queda no lucro líquido recorrente, -12%, e ROE de 11,7%.
O BBA destaca que, apesar de ser bem esperado, o escasso ROE e os lucros estáveis do Bradesco deverão sinalizar que o NII e a recuperação dos custos de crédito ficarão atrás dos de outros bancos.