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Banco do Brasil (BBAS3): Além dos resultados, o que mais faz a ação disparar nesta terça?

14 fev 2023, 15:56 - atualizado em 14 fev 2023, 15:56
Banco do Brasil
O Banco do Brasil reportou os maiores lucro e ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) do setor bancário, destaca JPMorgan (Imagem: Adriano Machado/ Bloomberg News)

O desempenho das ações do Banco do Brasil (BBAS3) nesta terça-feira (14) é a resposta do mercado para os resultados do quarto trimestre de 2022.

Em dia de baixa para o Ibovespa, a estatal liderava as altas do índice, subindo 4,06% por volta das 15h40, negociada a R$ 42,25.

A companhia reportou lucro líquido ajustado de R$ 9 bilhões nos últimos três meses do ano passado. Mesmo com o provisionamento de 50% da exposição a um “evento subsequente”, o qual analistas avaliam ser o caso Americanas (AMER3), o Banco do Brasil conseguiu superar as projeções do consenso.

Os resultados fizeram o JPMorgan elevar a recomendação do Banco do Brasil para “overweight” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), o que dá mais gás às ações da empresa hoje.

Em relatório publicado na noite desta segunda, analistas destacaram que, em linhas gerais, o Banco do Brasil reportou os maiores lucro e ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) do setor bancário.

Na avaliação do JPMorgan, a grande surpresa veio pela força apresentada na primeira linha do balanço, com NII (receita líquida de juros) total subindo 45% no comparativo anual, bem acima dos pares e superando as projeções da instituição em 8%.

A carteira de crédito ampliada da companhia superou R$ 1 trilhão em dezembro de 2022, alta anual de 14,8% e trimestral de 3,7%.

Enquanto isso, as receitas de prestação de serviços totalizaram R$ 32,3 bilhões em 2022, avanço de 10,2% no comparativo anual. O desempenho é explicado principalmente pela performance nas linhas de administração de fundos, com avanço de 11,8%; seguros previdência e capitalização (+14,6%); e operações de crédito e garantia, que subiram quase 30%.

Em relatório, o JPMorgan destacou ainda a melhora na qualidade de ativos, embora as provisões tenham vindo pressionadas, o que pode ser explicado pelo “evento subsequente” que levou a um provisionamento de R$ 788 milhões.

Guidance

O dado mais importante, avalia o JPMorgan, foi o guidance divulgado sob a nova administração. Um ponto destacado pelos analistas, também comunicado pela administração, é que os 50% de exposição ao “evento subsequente” que faltam ser provisionados já estão contemplados nas projeções para 2023.

Para o primeiro ano do governo Lula 3, a estatal espera atingir lucro líquido ajustado entre R$ 33-37 bilhões, acima do guidance de 2022, de R$ 26 bilhões.

O Banco do Brasil espera ainda uma alta de até 12% na carteira de crédito e uma variação de margem financeira bruta entre 17-21%.

De provisionamento, a estimativa da companhia está dentro da faixa -R$ 23 bilhões e -R$ 19 bilhões.

Com a divulgação do novo guidance, o JPMorgan aumentou as estimativas de lucro para 2023 em aproximadamente 15%. O custo de capital esperado caiu cerca de 100 pontos-base.

Valuation atrativo

O JPMorgan levantou alguns fatores que tornam a tese do Banco do Brasil atrativo. O primeiro é o valuation descontado em relação aos pares, com a ação negociada a mais ou menos 3 vezes P/L (preço sobre lucro), o que implica um dividend yield de mais de 10%.

Analistas também citam a carteira de crédito defensiva da estatal, com cerca de 65% do portfólio expostos ao agronegócio e a empréstimos comerciais, segmentos que têm mostrado resiliência em meio à deterioração do cenário macro atual no Brasil.

“Mais do que isso, o banco melhorou sua rentabilidade nos últimos anos, entregando agora ROEs em linha ou até mesmo acima dos pares privados devido a bons resultados em treasury e provisões menores que os pares”, reforça o time de análise do JPMorgan.

A instituição tem preço-alvo de R$ 56 para a ação do Banco do Brasil, o que implica um potencial de valorização de 38% sobre a cotação atual.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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